Summary: | Do nosso conhecimento, são poucos os estudos que avaliam a resposta emocional com base na avaliação multi-método, que se tem demonstrado precioso para captar respostas implícitas mais subtis. Esta avaliação implícita parece ainda tornar-se de maior utilidade quando pretendemos avaliar amostras de participantes com traços patológicos da personalidade como, por exemplo, sujeitos com facetas Dark Tetrad (DT), por se tratarem de sujeitos manipuladores e com forte capacidade de se dissimularem em instrumentos de autorrelato. Neste contexto, o principal objetivo do nosso estudo foi observar de que forma os níveis de resposta emocional (implícitas e explicitas), face a imagens e sons de sofrimento dos outros, se relacionavam com as diferentes facetas da DT. Fomos também perceber a influência do tipo (neutro vs violento) e modalidade (visual vs auditivo) do estimulo nesta reação. Para o efeito, foram selecionados 35 estudantes universitários portugueses (25 mulheres e 10 homens) com uma média de idades de 20.46 anos. Os participantes responderam ao Inventário Short Dark Tetrad (SD4; Paulhus, Neuman & Jones, 2018) e à Escala Dirty Dozen (DD; Jonason & Webster, 2010), e de seguida foram avaliados numa tarefa visual e auditiva de exposição implícita ao sofrimento do outro, tendo sido registada a resposta galvânica da pele. No final, os participantes foram sujeitos a uma medida de avaliação emocional explícita (SAM; Self-Assessment Manikin). Os nossos principais resultados sugerem que a experiência proporcionou uma maior reatividade aos estímulos violentos, sobretudo na modalidade auditiva. Conseguimos ainda verificar que as facetas da DT, assim como a escala DD, se associam a uma maior insensibilidade ao sofrimento do outro, sobretudo no que se refere às facetas sadismo e psicopatia.
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