Parasitismo gastrointestinal em bovinos na Ilha do Pico. Epidemiologia da infeção no concelho da Madalena

A Ilha do Pico, nos Açores, possui características que propiciam o desenvolvimento parasitário refletindo-se em gastos desnecessários e perdas económicas evitáveis. O conhecimento prévio dos fatores envolvidos no parasitismo gastrointestinal dos bovinos na Ilha do Pico pode ajudar a reduzir a preval...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Pereira, Luís Carlos da Costa (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.26/24481
País:Portugal
Oai:oai:comum.rcaap.pt:10400.26/24481
Descrição
Resumo:A Ilha do Pico, nos Açores, possui características que propiciam o desenvolvimento parasitário refletindo-se em gastos desnecessários e perdas económicas evitáveis. O conhecimento prévio dos fatores envolvidos no parasitismo gastrointestinal dos bovinos na Ilha do Pico pode ajudar a reduzir a prevalência destas infeções, reduzindo assim os gastos/perdas a elas associadas. Este estudo foi realizado sobre as parasitoses gastrointestinais em explorações de bovinos no concelho da Madalena na Ilha do Pico, em dois períodos de tempo diferentes (primeiro período de 24 de fevereiro a 3 de março de 2017 e o segundo de 26 a 30 de março de 2018). O presente estudo teve como objetivos: a realização de Inquérito epidemiológico aos produtores, recolha de amostras para análise, estudo da prevalência dos parasitas estrongilídeos gastrointestinais, determinação do Nível de Infeção Parasitária (NIP), estudo da biodiversidade de estrongilídeos e prevalência dos diferentes géneros/espécies e caraterização climática da área durante o período de recolha de amostras, através dos dados constantes no boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), referentes á Ilha do Pico, em termos de precipitação e temperatura. A metodologia utilizada baseou-se na realização de um inquérito ao produtor e na pesquisa laboratorial de parasitas gastrointestinais em amostras de fezes, com realização de coprologia quantitativa, pelo método de McMaster, coprocultura e caracterização das condições climatéricas observadas durante o período de estudo. A amostragem foi de conveniência e composta por todos os animais que apresentaram motivo para consulta Médico-Veterinária. Observou-se que os produtores estão pouco sensibilizados para a desparasitação, sendo que dos 50 animais amostrados apenas 11 haviam sido desparasitação no período estudado, segundo dados dos inquéritos epidemiológicos. Verificou-se a presença de ovos de nematodes parasitas gastrointestinais em 52% dos animais amostrados, sendo que 94% das amostras tinham um grau de infeção leve e 6% das amostras tinham um grau de infeção moderado. Houve desenvolvimento de L3 em 20% das amostras submetidas a coprocultura. Relativamente à relação das espécies com os intervalos de idades dos animais, o resultado do Oesophagostomum p=0,02 foi biologicamente relevante para p<0,05. Relativamente aos OPG relacionados com os anos de recolha, verifica-se que estes apresentam uma média de 18,75 OPG e desvio padrão de 24,73 em 2017 e 50,0 OPG de média e 48,99 de desvio padrão no ano de 2018 e p=0,0071 que estatisticamente é relevante para p<0,01. Em relação às condições climatológicas e à sua comparação entre os dois anos, observa-se que relativamente à precipitação, temperatura máxima, mínima e média por dia, bem como irradiação global os resultados foram diferentes entre 2017 e 2018. Já no que respeita a temperatura média da água do mar, máximo de precipitação/dia e total de precipitação os resultados são semelhantes para os anos de 2017 e 2018.