Perturbações Específicas da Linguagem e Alterações Electroencefalográficas

As crianças com Perturbações Específicas da Linguagem apresentam uma elevada incidência de epilepsia e/ou achados electroencefalográficos anómalos (8-28% e 17-93%), cujo significado é, no entanto, controverso. Com o objectivo de conhecer a prevalência de epilepsia e de alterações electroencefalográf...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Quintas, Sofia (author)
Outros Autores: Gomes, António Levy (author), Gouveia, Rosa (author), Baptista, Manuela (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2014
Assuntos:
Texto completo:https://doi.org/10.25754/pjp.2003.5099
País:Portugal
Oai:oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/5099
Descrição
Resumo:As crianças com Perturbações Específicas da Linguagem apresentam uma elevada incidência de epilepsia e/ou achados electroencefalográficos anómalos (8-28% e 17-93%), cujo significado é, no entanto, controverso. Com o objectivo de conhecer a prevalência de epilepsia e de alterações electroencefalográficas na nossa população de doentes com Perturbações Específicas da Linguagem, bem como analisar a relação entre esses achados e as perturbações da linguagem, realizámos um estudo retrospectivo de 131 destas crianças seguidas na Consulta de Desenvolvimento da Clínica Universitária de Pediatria do Hospital de Santa Maria. Seis crianças (4,6%) tinham epilepsia e em 16 das 57 (28,1%) crianças sem epilepsia e com electroencefalograma disponível encontraram-se achados anómalos no mesmo, sendo ambos mais frequentes nos casos com compromisso da compreensão verbal. As alterações eram maioritariamente de natureza paroxística e mais comuns durante o sono. Das crianças com um tempo de seguimento igual ou superior a dois anos, 8/20 (40%) das que tinham alterações electroencefalográficas apresentavam perturbações residuais da linguagem significativas, em comparação com 6/37 (16,2%) daquelas com electroencefalograma normal, sugerindo um valor prognóstico para os achados electroencefalográficos. Discute-se a possível relação entre as alterações electroencefalográficas e as perturbações da linguagem e reforça-se a necessidade de realizar estudos prospectivos e mais alargados nesta área, com vista ao esclarecimento da mesma.