Resumo: | Enquadramento – A prática desportiva é transversal a todas as faixas etárias e a vários níveis de jogo, desde a prática recreativa até ao profissionalismo. Contudo, muitas das práticas desportivas caracterizam-se pelo contacto e colisão, estando os desportistas muito suscetíveis à ocorrência de lesões músculo-esqueléticas, com forte impacto na sua qualidade de vida. Objetivos – Identificar a prevalência de lesões músculo-esqueléticas em jovens desportistas; analisar determinantes sociodemográficas, antropométricas e contextuais nessas lesões. Métodos – Estudo quantitativo, descritivo e correlacional. A amostra é do tipo não probabilístico por conveniência, constituída por 108 jovens desportistas do Futebol Clube do Porto SAD e da Associação Desportiva Social e Cultural Viseu 2001. O instrumento de recolha de dados contém um conjunto de questões de caracterização sociodemográfica, variáveis antropométricas, contextuais à prática desportiva, variáveis contextuais à lesão no contexto da prática desportiva e o Questionário Nórdico Músculo-Esquelético para avaliar as lesões (Serranheira et al., 2003). Resultado – Verificou-se a existência de uma prevalência de 43,5% de lesões músculoesqueléticas em jovens desportistas nos últimos 12 meses. As lesões músculo-esqueléticas localizam-se fundamentalmente na coluna cervical (15,7%), no ombro esquerdo (13,0%), no cotovelo direito (10,2%), na região lombar (23,1%), na perna/joelho esquerdo (13,0%), e em ambos os tornozelos/pés (10,2%). As variáveis, zona de residência, o Índice de Massa Corporal, o escalão da formação no clube, o uso de mochila apenas em um dos ombros, o facto de ter tido uma lesão no percurso desportivo e terem feito paragens no percurso do desporto, influi na ocorrência das lesões músculo-esqueléticas. Também o profissional que acompanhou o jovem desportista na reabilitação e as paragens das atividades normais devido à lesão estão associados à sintomatologia decorrente das lesões músculoesqueléticas. Conclusões – A prevalência das lesões músculo-esqueléticas nos jovens é de facto significativa e varia em função de alguns determinantes sociodemográficos e contextuais; os enfermeiros especialistas em reabilitação poderão beneficiar das conclusões obtidas neste estudo, assumindo-se como um subsídio para a melhoria dos cuidados prestados aos jovens desportistas, apostando-se mais na prevenção e promoção da qualidade de vida dos jovens desportistas.
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