Quantificação dos níveis de cálcio e fósforo no pós-parto e a sua relação com patologias do puerpério em bovinos leiteiros

A hipocalcémia clínica trata-se de uma patologia do foro metabólico que consiste na descida dos valores séricos de cálcio, predispondo os bovinos de aptidão leiteira a estados parésicos com manutenção do decúbito. O momento do parto e o período puerperal representa um enorme desafio para os mecanism...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Grilo, Tomás Pais (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10437/11865
Country:Portugal
Oai:oai:recil.ensinolusofona.pt:10437/11865
Description
Summary:A hipocalcémia clínica trata-se de uma patologia do foro metabólico que consiste na descida dos valores séricos de cálcio, predispondo os bovinos de aptidão leiteira a estados parésicos com manutenção do decúbito. O momento do parto e o período puerperal representa um enorme desafio para os mecanismos homeostáticos dos bovinos leiteiros. Com o início da lactogénese, os bovinos ficam expostos ao aumento da libertação de cálcio através da síntese de colostro e aumento da atividade da glândula mamária. Devido ao aumento brusco da remoção de cálcio das reservas celulares apenas o controlo homeostático rígido sobre o mineral possibilita reverter a incidência de hipocalcémia. Apesar do rígido controlo sobre o cálcio, há bovinos que apresentam níveis de cálcio inferiores aos valores de referência não manifestando sinais clínicos. Estes animais desenvolvem casos de hipocalcémia subclínica. Devido à ausência de sinais clínicos, os casos subclínicos podem significar uma porta de entrada para a incidência de patologias puerperais. Devido à ação preponderante que o fósforo possui na homeostasia das vacas leiteiras, o seu papel é crucial. Com processos fisiológicos semelhantes e controlados pela mesma ação hormonal a interligação entre o cálcio e o fósforo, principalmente em casos de deficit em cálcio, não deve ser descurada. Com o presente trabalho pretendeu-se diagnosticar a percentagem da incidência de hipocalcémia subclínica em duas explorações e a sua interligação com 4 patologias puerperais: metrite, mastite, deslocamento de abomaso à esquerda e retenção placentária. Pretendeu-se também evidenciar a interligação entre o cálcio e o fósforo. Para tal, procedeu-se à recolha de 50 amostras sanguíneas até 48 horas pós-parto para quantificação do cálcio total e fósforo inorgânico. Os resultados mostraram que entre 65 a 80 % dos animais do estudo apresentavam hipocalcémia subclínica. Foi igualmente possível demonstrar a correlação positiva entre casos de hipocalcémia subclínica com a incidência de metrite e mastite. Estatisticamente, não foi possível correlacionar a interação entre o cálcio e o fósforo. Foi possível concluir que a dieta com elevados níveis de cálcio pode ter estado na origem da elevada percentagem de animais com hipocalcémia subclínica. Conclui-se também que animais com hipocalcémia subclínica estão mais predispostos à incidência de patologias do puerpério.