| Summary: | Esta disserta??o tem como foco o ?mbito da joalharia, onde se pretende utilizar duas ?reas produtivas distintas uma da outra, a talha dourada e a filigrana. O estudo torna-se pertinente pois cruza duas ?reas produtivas de um lugar que arriscam o isolamento ou o desaparecimento, devido ?s circunst?ncias atuais em que vivemos. Neste caso, o designer deve assumir a responsabilidade social de transformar-se num mediador entre duas ?reas da cultura do fazer que precisam sobreviver. Al?m do tema ser atual, ? necess?rio ter em considera??o as incertezas que a atual pandemia oferece, em que o design deve agir para ser agente dessa transforma??o. Como afirma Renato De Fusco (2002), a hist?ria do design relata de modo explicito que os momentos de crise ? guerras, calamidades, doen?as, ditaduras - foram sempre ocasi?es que se converteram em oportunidades de projeto. A aplica??o de uma metodologia projetual adequada ao contexto na cria??o de um produto de joalharia, pode levar ? determina??o de novos produtos, ao aplicar e relacionar valores objetivos que saibam determinar novos cen?rios de produto (APARO; SOARES, 2012). Com isto, a metodologia que se pretende aplicar ? uma metodologia intervencionista e n?o intervencionista, de base qualitativa. Por um lado, esta investiga??o apropria-se do conceito de ?Design Ch?o? (DA COSTA, 1998) - que se caracteriza pela utiliza??o de materiais vernaculares e pelo uso de baixa tecnologia como elementos portadores de identidade - para relacionar a cultura da talha dourada com o ?mbito da joalharia. Por outro lado, a investiga??o estimula a liga??o entre aquelas como uma ocasi?o para assegurar a sua sobreviv?ncia e dar uma continua??o dos of?cios, atrav?s da utiliza??o de tecnologias intermedi?rias (BONSIEPE cit in APARO & SOARES, 2007). Este cruzamento ir? permitir a partilha de saberes entre os pr?prios artes?os e a cria??o de um sistema de rede territorial. O estudo ambiciona ser uma mais-valia para a sociedade, que neste momento est? a passar por momentos dif?ceis devido ? pandemia do COVID-19, pois ir? beneficiar da baixa-tecnologia que qualifica a regi?o do Alto Minho. Neste caso ser? o trabalho de um entalhador de Pa?os de Ferreira e o saber de um ourives que trabalha a t?cnica da filigrana da P?voa de Lanhoso, permitindo assim a continua??o dos of?cios e da produ??o da joalharia na realidade atual. Al?m disto, o estudo beneficia de um projeto protocolar com a empresa de joalharia Eug?nio Campos Jewels, permitindo desta forma o seu acompanhamento e comprometendo-se ao fornecimento de material para a fase de produ??o. Com esta a??o espera-se qualificar o produto final. Oportunamente, e conforme o desenrolar das circunst?ncias, poder?o integrar-se outras tecnologias (baixas e/ou altas tecnologias) e processos produtivos. Por fim, esta investiga??o investe na cultura portuguesa, garantindo que a mem?ria e a identidade do pa?s se perpetuem.
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