Summary: | Perante uma sociedade em constante evolução e mutação, nomeadamente a nível cientifico-tecnológico, o indivíduo é chamado, cada vez mais, a intervir como construtor dessa mesma sociedade. Para que essa intervenção aconteça de forma produtiva, importa que esse mesmo indivíduo seja dotado de uma educação que lhe permita, também, o desenvolvimento das suas capacidades. Capacidades, indutoras de tomadas de posições, críticas e reflexivas, perante a resolução de um problema, que poderão ser alcançadas mediante o desenvolvimento explícito do pensamento crítico (PC). Assim, e no contexto educativo, a educação em ciências surge como área de destaque no ensino básico, uma vez que permite a aquisição de conhecimentos e capacidades de pensamento. É neste sentido que se integra a relevância deste estudo, o qual pretende evidenciar a aplicação de estratégias que estimulem o desenvolvimento das capacidades de PC. Pois só possuidores de PC, os indivíduos poderão responder, próativamente, às exigências de uma sociedade em constante transformação. Contudo, pesquisas revelam que as estratégias usadas nas práticas de ensino não objetivam, maioritariamente, as capacidades de PC. É neste enquadramento que surge o presente estudo, o qual apresenta como finalidade o desenvolvimento de capacidades de PC de clarificação elementar (segundo a Taxonomia de Ennis), através da diversificação de estratégias de ensino/aprendizagem. Deste modo, de acordo com a finalidade supra citada, apresenta-se como questão de investigação: São as estratégias: debate, mapa de conceitos e trabalho experimental, promotoras do desenvolvimento de capacidades de PC dos alunos, particularmente de clarificação elementar? A investigação assentou numa metodologia de investigação-ação do tipo qualitativo tendo como público – alvo uma turma do 2.º ano de escolaridade do 1.º ciclo do ensino básico (CEB), composta por 22 alunos. A recolha das evidências realizou-se através de diversos instrumentos como: diário do investigador, gravações áudio das sessões, registos dos alunos (guião do aluno) e grelhas de auto avaliação. De acordo com os dados recolhidos e pela análise dos resultados obtidos, concluímos que estes evidenciam, embora não de forma homogénea, o uso de capacidades de PC, pelos alunos, na área da clarificação elementar, nomeadamente a capacidade de focar uma questão, a capacidade de analisar argumentos e a capacidade de fazer e responder a questões de clarificação e desafio. Consideramos, por isso, que as estratégias usadas são potenciadoras do desenvolvimento de capacidades de PC dos alunos do 1.º CEB. No entanto, é necessário que a sua implementação seja realizada de forma mais frequente, pois só assim poderemos aferir do seu desenvolvimento.
|