Summary: | A elaboração deste trabalho implica uma exploração do sentido do tempo que pode afectar o campo da Arquitectura e em particular no que diz respeito às noções de Património Histórico e à experiência urbana da temporalidade. Estudo decorrente de conceitos antropológicos e humanistas, com o intuito de iluminar as matérias específicas da Arquitectura. Na experiência temporal, no contexto arquitectónico, os valores são atribuídos a partir da experiência real do impacto da consciência do tempo (passado/presente/futuro). O espírito humano não vive só da sua interiorização, isto é, precisa de se idealizar pelo concreto na realização das formas, objectivando-se e temporalizando-se: o tempo é diferencial, o espaço unificante. O tempo é a memória e a utopia, o espaço é a representação e o real. O tempo é a causalidade e a problemática, o espaço o seu efeito. A aproximação ao binómio tradição/inovação, como leitura das temporalidades da arquitectura, permitiu-nos exercitar a compreensão sobre as experiências arquitectónicas ao longo da história, quer através dos estilos, quer das circunstâncias culturais associadas ao factor temporal que as fizeram perdurar. O Tempo na Arquitectura é um factor fundamental e não encarado somente como dimensão da observação mas também como dimensão da própria obra. Existe uma articulação dos dois campos em estudo: tradição – o que o espaço sustenta e possibilita (a permanência); inovação – o que o tempo permitirá vir a acontecer. Dois campos, espaço e tempo, de difícil separação. O primeiro, espaço, por possibilitar o posicionamento espacial das ‘coisas’ materiais; o segundo, tempo, por relacionar as ‘coisas’ numa ordem temporal. Um estabelece a ordem no e pelo espaço, o outro a relação do tempo das ‘coisas’. Investigação esta que transcende a mera ambição de uma análise de projecto, destacando a temporalidade das formas edificadas. (Maria de Fátima Lino Ferreira)
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