Resumo: | Introdução: Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica de etiologia múltipla caracterizada por hiperglicemia crónica com distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas, por deficiências na secreção e/ou acção da insulina. A descoberta da insulina em 1921, foi um grande marco na sua terapêutica, aumentando a esperança e qualidade de vida dos doentes, nomeadamente na DM tipo 1. Tornou-se um fármaco salvador de vidas (life saving). A primeira a ser comercializada foi a Regular. Pela necessidade de lentificar a sua acção, diminuindo o número de administrações/dia, desenvolveram-se outras, como a NPH, uma suspensão de insulina cristalina de zinco com protamina. Durante décadas usaram-se insulinas bovinas e porcinas, progressivamente mais purificadas e procurando sempre uma composição de aminoácidos semelhante à humana. As técnicas de DNA recombinante deram acesso às insulinas humanas e depois aos análogos. Estes são insulinas com aminoácidos idênticos aos da humana, mas com uma sequência modificada, tornando-os mais rápidos (lispro, asparte e glulisina) ou mais lentos (glargina e determir). Em 2006 surgiu a insulina humana inalável para uso pré-prandial, retirada do mercado por problemas custos/eficácia. Durante anos usou-se a insulina de forma convencional, uma a duas vezes por dia, impedindo a cetoacidose mas mantendo glicemias elevadas para evitar as hipoglicemias. Desenvolvimento: Em 1993 o estudo da DCCT provou que um bom controlo metabólico, usando regimes terapêuticos intensivos, protege os diabéticos tipo 1 do aparecimento e agravamento das complicações microvasculares. Esta terapêutica faz-se por múltiplas injecções diárias (MDI) ou bomba de perfusão contínua subcutânea de insulina (CSII). As MDI usam várias injecções diárias de insulina de acção longa (dose basal) e rápida (prandial). A CSII realiza-se por uma bomba electromecânica portátil. Mimetiza o aporte de insulina dos não diabéticos, administrando continuamente insulina de acção rápida no tecido celular subcutâneo (basal), adicionada de bólus antes das refeições. Desde a primeira, que surgiu em 1963, surgiram muitos modelos cada vez mais “inteligentes” e confortáveis para os doentes. Objectivo: Realizar uma revisão bibliográfica, comparando a eficácia de cada um destes sistemas no controlo metabólico e efeitos psicossociais da terapêutica. Conclusões: A CSII proporciona um controlo metabólico semelhante ou superior ao das MDI, tendo como vantagens a menor frequência de hipoglicemia, minimização do fenómeno de Dawn e melhor qualidade de vida. O custo é a principal desvantagem. Actualmente reserva-se para doentes que não atingem um bom controlo metabólico com MDI em regime optimizado e para melhoria do controlo na grávida.
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