Risco de erosão numa área florestal ardida no centro de Portugal

Nas últimas décadas, os fogos florestais têm sido a maior ameaça para a floresta mediterrânea e portuguesa, e apresentam ainda uma tendência para aumentar em frequência e severidade. Os inúmeros fogos florestais que ocorrem todos os anos em Portugal representam um risco elevado para o aumento do esc...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gomes, Ana Catarina da Silva (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/9758
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/9758
Description
Summary:Nas últimas décadas, os fogos florestais têm sido a maior ameaça para a floresta mediterrânea e portuguesa, e apresentam ainda uma tendência para aumentar em frequência e severidade. Os inúmeros fogos florestais que ocorrem todos os anos em Portugal representam um risco elevado para o aumento do escoamento superficial e da erosão nas áreas ardidas e, ainda, nas zonas aquáticas a jusante. Esta dissertação tem como principal objetivo o estudo de fenómenos de erosão hídrica à micro-escala e à escala de encosta, três anos após um incêndio ocorrido em Agosto de 2008. A área de estudo pertence à localidade de Colmeal (distrito de Coimbra) e incide em quatro encostas com usos de solo distintos: Pinhal e Eucaliptal não lavrados e dois Eucaliptais lavrados em diferentes sentidos de encosta (maior declive e curvas de nível). Para modelar o risco de erosão do solo foi selecionado o modelo Morgan-Morgan-Finney (MMF), que foi desenvolvido para prever as perdas anuais de solo. Pretende-se então estudar a eficácia do MMF para prever a erosão durante o terceiro ano após um incêndio florestal. As observações mostraram que a erosão é superior à escala das micro-parcelas que á escala de encosta, i.e., a erosão média à micro-escala foi cerca de 10x superior à observada à escala de encosta. Esta diminuição de erosão com o aumento da escala pode ser explicada por um maior tempo de contacto, permitindo uma maior (re-) infiltração de escorrência superficial. À microescala foi a parcela ELH que mais se destacou em termos de taxa de erosão. Esta obteve uma erosão de 144,72g.m-2, cerca de 4x superior que a parcela mais baixa (ENL), com 31,91g.m-2. À escala de encosta, a mesma parcela (ELH), foi quem obteve menor taxa de erosão (2,47g.m-2), e a parcela com maior erosão obteve uma taxa cerca de 5x superior (12,18g.m-2), (PNL). Observaram-se falhas no modelo pois sobrestimou os resultados medidos, i.e., os resultados estimados foram muito superiores aos medidos para a escala de encosta. Este fato pode ser justificado pela não calibração do modelo a esta área de estudo.