Pequenos reis e grandes honras culto, poder e estatuto na Índia ocidental

O presente estudo toma como ponto de partida a constituição ideológica das chamadas comunidades aldeãs da região de Goa (Índia Ocidental). Articulando materiais arquivísticos e impressos com fontes históricas relativas a outros pontos do sul da península, o estudo procura explorar o processo diacrón...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Magalhães, Manuel João (author)
Format: doctoralThesis
Language:por
Published: 2014
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10071/6578
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/6578
Description
Summary:O presente estudo toma como ponto de partida a constituição ideológica das chamadas comunidades aldeãs da região de Goa (Índia Ocidental). Articulando materiais arquivísticos e impressos com fontes históricas relativas a outros pontos do sul da península, o estudo procura explorar o processo diacrónico de erosão dos suportes materiais destas instituições para depois abordar, de uma perspectiva sincrónica, o problema da resiliência das estruturas de autoridade que lhes estão anexas. Materiais etnográficos recolhidos na chamada região das Novas Conquistas de Goa são confrontados com dados relativos a outros contextos do subcontinente para tentar situar algumas estruturas rituais da região de estudo no âmbito de idiomas de autoridade fundados nas teorias clássicas do sacrifício. O enfoque na constituição ritual das chefaturas aldeãs não só permite abordar o tema da secularização da função real sob uma perspectiva distinta daquela a que a etnografia indianista nos habituou como obriga a reconsiderar o problema da diferenciação estatutária à luz de um modelo relacional que não é redutível à imagem de uma relação vertical entre puro e impuro. A exploração da constituição territorial do estatuto revela formas dinâmicas de diferenciação definidas pelos idiomas da honra e do serviço, desenhando relações fluidas de proximidade face ao divino que podem ser reconduzidas a modelos ideológicos de soberania. Tais idiomas permitem, por seu turno, uma reavaliação do problema das proeminências rituais das castas baixas no âmbito de uma estrutura de privilégio que não pode ser reduzida ao estatuto de um discurso heterodoxo ou contracultural.