Summary: | Tendo percorrido um longo caminho, o livro depara-se agora com uma mudança nos paradigmas perante novos suportes comunicativos e formas de interacção, resultantes de uma sociedade multimédia .Admitir que esta convivência não é uma ameaça para o livro, mas possui enormes potencialidades para repensar a forma como se interage com o artefacto livro, é um dos principais objectivos desta dissertação. “Leituras entre mundos de papel e pixel” consiste numa proposta para uma possível evolução para o artefacto livro, um livro interactivo aumentado no qual se combina a tipografia, ilustração e animação, integradas em ambos os níveis e desenvolvidas numa lógica de complementaridade entre real e virtual. Esta complementaridade consiste na impossibilidade de dissociar os dois níveis de leitura, o digital não se limitando a uma repetição do analógico, mas escondendo conteúdos que não estão presentes no artefacto físico e cujo processo de descoberta resulta na construção da narrativa (num paralelismo com os videojogos cujo decurso é determinado pelas decisões dos seus jogadores). Neste sentido, jovens leitores são utilizadores privilegiados, devido ao seu fascínio por jogos e predisposição para aprendizagem e domínio de novas tecnologias, articulados à importância do desenvolvimento de um gosto pela leitura. Para o desenvolvimento da narrativa interactiva a escolha recaiu n’A Floresta de Sophia de Mello Breyner Andresen, pertinente por pertencer ao plano nacional de leitura (leccionada durante o 5º ano de escolaridade) e ser uma referência para várias gerações de leitores.
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