The in crowd: publicações de arquitetura na Era das Celebridades. Sines: indústria e estrutura portuária

O livro “Arquitectura em Público”, do arquitecto e curador Pedro Gadanho1 , estratificou o estrelato identificando três fases: a primeira fase de mediatização teve como figura tutelar, em Portugal, Tomás Taveira2 ; a segunda fase de difusão mediática teve Álvaro Siza Vieira3 como figura de relevo; a...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Prudêncio, Bárbara Costa (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2017
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10071/13229
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/13229
Descrição
Resumo:O livro “Arquitectura em Público”, do arquitecto e curador Pedro Gadanho1 , estratificou o estrelato identificando três fases: a primeira fase de mediatização teve como figura tutelar, em Portugal, Tomás Taveira2 ; a segunda fase de difusão mediática teve Álvaro Siza Vieira3 como figura de relevo; a terceira fase da popularização do consumo da arquitectura teve como principal personagem Eduardo Souto Moura4 . Este trabalho debruça-se, particularmente nesta última fase, utilizando como caso de estudo como, no cenário português, a moda dos jovens arquitectos, tem como expressão máxima o reconhecimento da dupla Aires Mateus 5. A arquitectura denominada como “arquitectura de autor” prolífera nos tempos actuais mas, o que move o público a ir ouvir arquitectos como Siza Vieira, como quem vai ouvir um escritor, um cineasta ou um concerto de um músico? Os hábitos de consumo alteraram-se, podemos até apontar para um novo fenómeno na vida dos portugueses, uma nova era de consumidores, fiéis, com gostos que abrangem várias áreas, que não somente a do seu domínio profissional. Durante um longo período, a temática da arquitectura apenas tinha lugar na esfera pública quase como uma imposição. Actualmente, e como meio de resposta ao fenómeno que se faz sentir, o regresso à esfera pública dá-se ocupando revistas populares, e tornando as revistas, do sector restrito, mais acessível. Revistas vendidas em quiosques ou em papelarias ocupam expositores, captam pelo design arrojado, pelas linhas modernas, contêm imagens que seduzem, e por vezes caras, caras que o público reconhece, que associa a nomes que são particularmente mediáticos. O fenómeno apelidado por Pedro Gadanho de “mediatização da mediatização” ajuda a formar a ideia de que adifusão da arquitectura nos media de massa tinha efeitos sobre a própria produção arquitectónica. A concentração da mediatização em certas figuras tornou o escrutínio mais mordaz. As críticas e rejeições tornam-se mais fáceis de tecer, os mais famosos mais rapidamente se viram envolvidos em polémicas. O anterior interesse por quem é o arquitecto, que trabalhos faz, que desenhos cria, focando particularmente pelo resultado final dos projectos, é substituído pelo desejo de desvendar o mistério do arquitecto enquanto personalidade capaz de fazer notícia através do seu trabalho e das suas conquistas.