Princípios de sustentabilidade na arquitectura vernacular em Portugal

A arquitectura vernacular materializa de forma particular uma pluralidade de condicionalismos — geográficos, geológicos, económicos e culturais — dos locais onde seinsere. Os condicionalismos de cada região materializaram-se em modos de construir ímpares e díspares entre si. Em comum têm o facto de...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Fernandes, Jorge Emanuel Pereira (author)
Outros Autores: Mateus, Ricardo (author), Bragança, L. (author)
Formato: conferencePaper
Idioma:por
Publicado em: 2012
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/1822/22290
País:Portugal
Oai:oai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/22290
Descrição
Resumo:A arquitectura vernacular materializa de forma particular uma pluralidade de condicionalismos — geográficos, geológicos, económicos e culturais — dos locais onde seinsere. Os condicionalismos de cada região materializaram-se em modos de construir ímpares e díspares entre si. Em comum têm o facto de serem evoluções parcimoniosas, aprimoradas empiricamente ao longo de gerações. Na sua longa evolução, e inseridas num contexto de escassez, foram desenvolvidas estratégias pragmáticas de adaptação ao meio envolvente e de profunda racionalização dos recursos disponíveis. Nada era preferido, preterido ou ignorado porque as comunidades tinham a noção, por via empírica, que o seu bem-estar dependia intrinsecamente do equilíbrio com o meio envolvente. No entanto, assistiu-se ao abandono destas abordagens arquitetónicas, e à perda do conhecimento a si inerente, impulsionado por conotações pejorativas que as relacionam com subdesenvolvimento, quer dos materiais quer do modo de habitar. A industrialização homogeneizou os modos de construir e impulsionou a disseminação de uma arquitectura universal, desarraigada do seu meio, muito dependente de energia e predadora de recursos. Nesse sentido, num momento de viragem, em que se procuram formas de energia mais limpas e edifícios mais eficientes, é pertinente voltar a estudar as construções vernaculares no intuito de desenvolver e adaptar as suas estratégias aos contextos atuais da construção, contribuindo para a sua sustentabilidade. O conhecimento inerente a este tipo de construções contribuirá para a redução do desperdício e dos consumos energéticos através da utilização de técnicas tradicionais e materiais locais, desenvolvidos na necessidade de adaptação a um território e clima específicos. Por estes motivos, o conhecimento inerente a este tipo de construções continua a suscitar interesse nível internacional, surgindo atualmente associado à consciência da necessidade de uma construção sustentável. Portugal não é excepção, e apesar da sua reduzida dimensão, é profuso no número de exemplos deste tipo de construções. Por fim, o artigo proposto enunciará por região os principais princípios de sustentabilidade seguidos na arquitetura vernacular em Portugal.