Resumo: | O Maciço Ibérico foi subdividido num conjunto de terrenos tectono-estratigráficos com características próprias, entre os quais o Terreno Finisterra. Este terreno contacta com o Terreno Ibérico, nomeadamente com a Zonas Centro Ibérica e Ossa-Morena, através de uma zona de cisalhamento litosférica, a Zona de Cisalhamento Porto-Tomar-Ferreira do Alentejo. O Terreno Finisterra apresenta um conjunto de características que contrastam com as que caracterizam o Terreno Ibérico, destacando-se: (1) um evento tectono-metamórfico Eo-Varisco de alta temperatura Varisco, acompanhado de magmatismo granítico, de idade ante-mississipiana; (2) a presença de unidades de baixo grau metamórfico discordantes, sendo que a Unidade de Albergaria, Devónico superior, apresenta uma natureza marinha, que contrasta com o gap na sedimentação da mesma idade no Terreno Ibérico; e (3) a existência de zircões detríticos de idade mesoproterozóica em algumas das unidades tectono-estratigráficas, o que não é característico dos terrenos Peri-Gondwânicos. As características do Terreno Finisterra permitem a sua correlação com o Bloco de León e com o Mid-German Crystalline Rise na Europa central. Apesar de o Terreno Finisterra-León-MGCR apresentar uma evolução geodinâmica distinta durante o Devónico, no Mississipiano a evolução tectono-metamórfica e magmática é semelhante à dos restantes terrenos Peri-Gondwânicos (entre os quais o Terreno Ibérico), compatível com o a colisão entre a Gondwana e a Laurentia.
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