Summary: | Procurando evidenciar as mudanças sentidas no âmbito das artes visuais durante as décadas de sessenta e setenta do século XX, alterações que se encontram directamente relacionadas com uma nova concepção do objecto artístico e com a diluição da tradicional noção de espectador, o presente estudo procede à análise da obra de Dan Graham, um dos artistas mais consequentes na desestabilização/reconfiguração dos respectivos pressupostos. Para um aprofundamento destas ideias destaca-se a instalação Present Continuous Past(s), evidenciando-se na mesma a importância do jogo perceptivo resultante da utilização do espelho e do circuito fechado de vídeo, elementos que permitem a problematização do objecto artístico, tal como cooperam, mediante a imposição de parelhas dicotómicas (sujeito observador/objecto observado; individual/colectivo; público/privado), na constituição de um espectador (sujeito) mais activo e consciente. A dissertação toma como ponto de partida as contribuições minimalistas e pós-minimalistas, destacando o recurso aos diversos materiais reflectores e a sua faculdade mediadora. Esta contextualização serve o propósito de sustentar a obra de Dan Graham e de comprovar simultaneamente que a mesma se estabelece num lugar sem paralelo, de contornos particulares e único.
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