Summary: | Os ambientes geodinâmicos extensionais na Zona Centro Ibérica, durante o Ordovícico Inferior, favoreceram a ocorrência de episódios vulcânicos. No sinclinal de Moncorvo há evidências desses episódios, preservados sob a forma de depósitos sedimentares vulcanogénicos intercalados em metassedimentos da Formação Marão. Estes depósitos são essencialmente constituídos por quartzo, mas também contêm moscovite, fosfatos da série lazulite - scorzalite, zircão, monazite, raros opacos e turmalina. Embora os depósitos se apresentem recristalizados e com foliação metamórfica penetrativa, a sua granulometria fina, espessura (< 40 cm) e mineralogia sugerem que corresponderiam a depósitos de cinzas distais, com afinidade riodacítica, envolvendo a mistura com materiais detríticos. A datação U-Pb, obtida por ID-TIMS em zircão, indica uma idade preliminar de formação de 484.5 ± 3.0 Ma. Os elevados teores em alguns elementos incompatíveis, a razão CaO/Na2O de 0.33 a 1.77, perfis de REE com (La/Lu)N = 3.37 a 7.96 e discreta anomalia negativa de Eu, valores de (87Sr/86Sr)i t variáveis entre 0.71156 e 0.71304 e -10.8 e -10.0, respectivamente, indicam que os materiais vulcânicos teriam resultado da fusão parcial de metassedimentos semelhantes aos do Grupo do Douro e equivalentes do n orte da Zona Centro Ibérica. Porém, o envolvimento de processos sedimentares terá tido uma influência significativa na geoquímica elementar e isotópica destas rochas.
|