Territórios colaborativos: cocriação da cidade e a mudança de paradigma na academia

A renovação urbana equitativa exige, hoje, outro contrato social entre a sociedade civil, o governo local e os arquitetos para superar o fosso existente entre o desenho urbano e as aspirações dos habitantes, envolvendo compreender de outra maneira o fazer a cidade, o compartilhar espaço, o criar eco...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Nunes, L. (author)
Outros Autores: Portal, C. (author), Paio, A. (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2019
Texto completo:https://ciencia.iscte-iul.pt/id/ci-pub-49741
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/17085
Descrição
Resumo:A renovação urbana equitativa exige, hoje, outro contrato social entre a sociedade civil, o governo local e os arquitetos para superar o fosso existente entre o desenho urbano e as aspirações dos habitantes, envolvendo compreender de outra maneira o fazer a cidade, o compartilhar espaço, o criar economias locais, as quais são expressas na paisagem urbana que essas atividades produzem. Este desafio emergente molda uma alternativa baseada na cocriação. Se observarmos a história das cidades, podemos ver, evidentemente, que as estruturas e o planeamento urbano influenciam o comportamento humano e a forma como as cidades funcionam. O conceito de co-desenho introduz uma abordagem colaborativa - trabalhando em conjunto de forma a aumentar a contribuição de cada participante para o projeto - no processo. A vantagem mais óbvia da colaboração é que fornece uma forma proficiente de agregar conhecimento especializado para responder a problemas cada vez mais complexos e exigentes na cidade. Mas qual é o papel da academia neste desafio? O presente artigo descreve alguns contributos de um curso que introduz os participantes a métodos interdisciplinares para projetar cidade com as comunidades locais, antecipando a mudança de paradigma sobre como os arquitetos abordarão o espaço público no mundo atravessado por profundas mudanças nas áreas económicas, sociais, culturais e tecnológicas. O papel dos arquitetos é cada vez mais variado: parte criador, parte construtor, parte investigador, parte facilitador, e parte gestor do processo. O currículo do curso oferece aos participantes a oportunidade de contribuir ativamente para moldar, de forma mais inclusiva e inovadora, os desafios lançados pelo espaço público através da redução do fosso entre cidadãos, municípios, especialistas (arquitetos, planeadores, sociólogos, engenheiros e gestores) e tecnologias. O objetivo principal tem sido explorar o diálogo social para atender às novas exigências sociais do projeto inclusivo e construção do espaço público urbano em bairros de habitação social com base na introdução de tecnologias digitais avançadas de mapeamento, desenho e construção. Para que os participantes adquiram novas competências de forma eficiente, o programa do curso foi projetado para promover um conhecimento aplicado através da criação de soluções urbanas, arquitectónicas e sociais de proximidade, com base em lógicas que envolvam os habitantes no processo de mapeamento, diagnóstico, decisão, design, construção e empreendedorismo.