Summary: | Enquadramento: A taxa de prevalência da amamentação à saída da maternidade é elevada, no entanto esta decresce ao longo dos meses de vida das crianças, sendo inúmeros os fatores identificados. O marido, a mãe da lactante e os profissionais de saúde são importantes no processo de aleitamento materno e na motivação para esta prática. Assim, torna-se importante a identificação das causas do desmame precoce. Material e métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, correlacional e analítico. O tipo de amostragem é não probabilístico por conveniência. Utilizámos como instrumento de colheita de dados o questionário, aplicado a 271 puérperas, no dia da alta hospitalar. O questionário permite numa primeira parte fazer a caracterização da amostra em termos sociodemográficos, profissionais, obstétricos e de vivências anteriores de amamentação. A segunda parte é constituída por três escalas: a escala de Motivação para Amamentação de Nelas, Ferreira & Duarte (2008), a escala de Recursos Familiares, cuja versão Portuguesa é de Serra, Firmino, Ramalheira & Canavarro (1990), e a escala de Satisfação com o Suporte Social de Pais-Ribeiro (1999). Resultados: Os resultados revelam uma idade média de 31 anos, sendo que 67,9% tem idade ≥ 29 anos. A maioria das puérperas é casada ou vive em união de facto, pertence a uma família nuclear, é de nacionalidade portuguesa, tem uma situação profissional que indica um emprego integral, o ensino superior é encontrado em 33,2% e reside maioritariamente na aldeia. A maior parte das inquiridas é mãe pela primeira vez, planeou a gravidez, desejou e vigiou a gravidez, teve um parto vaginal e de termo. As participantes que tiveram filhos anteriormente referem ter amamentado e por mais de 3 meses, tendo sido esta uma experiência agradável. A maioria das mulheres teve contato pele a pele com o bebé quando este nasceu, iniciou o aleitamento materno nos primeiros 30 minutos, não estipula horários para amamentar, não introduziu chupeta e refere dificuldades na pega. A amostra estudada encontra-se motivada para amamentar na dimensão psicossocial e motivação geral. As puérperas licenciadas têm maior motivação fisiológica. A idade, o estado civil e a zona de residência não influenciam a motivação geral para a amamentação. As participantes que tiveram dois ou mais partos anteriores apresentam maior motivação na dimensão cognitiva, no entanto não foi provada a relação entre as outras variáveis obstétricas e a motivação para a amamentação assim como a sua relação com as variáveis que compõem a história do aleitamento anterior e atual. A satisfação com as atividades sociais é preditora da motivação para a amamentação. Os recursos familiares também são preditores da motivação cognitiva, fisiológica, e nota global. A satisfação com as amizades é preditora da dimensão psicossocial da motivação, verificando-se que a maior satisfação com as amizades corresponde uma menor motivação psicossocial para amamentar. Conclusões: Perante estes resultados, e sabendo da importância que as mulheres estudadas dão às atividades sociais, é de sugerir a criação de um espaço físico na obstetrícia onde as mães que apresentem dificuldades na amamentação possam ter o apoio necessário e durante o tempo necessário. Palavras-chave: Amamentação, Motivação, Recursos familiares, Satisfação com o suporte social.
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