Prevalência de neutropenia secundária à azatioprina numa população pediátrica com doença inflamatória intestinal

Introdução: A azatioprina é um fármaco imunossupressor utilizado na doença inflamatória intestinal. Um dos efeitos secundários da azatioprina é a depressão da medula óssea, com consequente neutropenia e predisposição a infecções, podendo motivar a redução ou mesmo suspensão do fármaco. A monitorizaç...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Pereira, Catarina (author)
Formato: other
Idioma:por
Publicado em: 2012
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10316/26147
País:Portugal
Oai:oai:estudogeral.sib.uc.pt:10316/26147
Descrição
Resumo:Introdução: A azatioprina é um fármaco imunossupressor utilizado na doença inflamatória intestinal. Um dos efeitos secundários da azatioprina é a depressão da medula óssea, com consequente neutropenia e predisposição a infecções, podendo motivar a redução ou mesmo suspensão do fármaco. A monitorização hematológica regular é obrigatória nos doentes sob tratamento com este fármaco. Contudo, faltam estudos no sentido de avaliar factores de risco para a ocorrência de neutropenia e a vantagem da realização do doseamento da actividade da enzima tiopurina metiltransferase antes do início do tratamento, podendo ajudar a distinguir os doentes com maior risco de depressão medular. Objectivos: Estudo retrospectivo, com o objectivo principal de avaliar a prevalência de leucopenia e neutropenia como efeito secundário da azatioprina na doença inflamatória intestinal. Como segundo objectivo, pretendeu-se avaliar o custo benefício da genotipagem da enzima tiopurina metiltransferase em função da prevalência e gravidade dos casos de leucopenia e neutropenia encontrados. Metodologia: Análise dos processos clínicos dos doentes com o diagnóstico confirmado de doença inflamatória intestinal em tratamento com azatioprina, seguidos em consulta de Gastroenterologia no Hospital Pediátrico de Coimbra. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, tipo de doença inflamatória intestinal, medicações concomitantes, dose, tempo de tratamento com o fármaco e número de leucócitos e neutrófilos em hemogramas seriados. Foi utilizado o programa Excel para o Windows 2003. Resultados: Nos 31 doentes estudados, a prevalência de casos de leucopenia foi de 8 (25,8%) e de neutropenia foi de 7 (22,6%), (5 raparigas e 2 rapazes). Não se registaram neutropenias severas. A dose média do fármaco administrada nos doentes que desenvolveram neutropenia foi 1,89 mg/kg/dia e a mediana foi de 1,8 mg/kg/dia. Até à ocorrência de neutropenia o tratamento teve uma duração média de 10 meses, com desvio padrão de 7,7 meses, mediana de 7 meses e amplitude interquartil de 5,5 meses. Todos os doentes recuperaram os valores hematológicos com redução ou suspensão do fármaco. Conclusões: A prevalência de casos de neutropenia obtida na nossa série foi elevada, sendo a maioria em doentes do sexo feminino. O tempo de duração de tratamento até ao desenvolvimento do efeito adverso foi muito variável, desde 5 meses até 27 meses. Todos os casos encontrados foram de gravidade ligeira e reversível com a redução ou suspensão do fármaco. A determinação da actividade da enzima tiopurina metiltransferase ou o estudo molecular, não seria, no nosso caso, vantajosa em termos de custo/benefício.