Espondilite Anquilosante: genética e mecanismos moleculares

A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença reumática crónica rara, de natureza inflamatória e progressiva com características auto-imunes. A EA pertence ao grupo de doenças denominadas espondiloartropatias ou espondiloartrites. É uma doença ainda sem cura, e desta forma, os tratamentos existentes...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Nunes, João David Dinis Vaz (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2015
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10437/6354
Country:Portugal
Oai:oai:recil.ensinolusofona.pt:10437/6354
Description
Summary:A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença reumática crónica rara, de natureza inflamatória e progressiva com características auto-imunes. A EA pertence ao grupo de doenças denominadas espondiloartropatias ou espondiloartrites. É uma doença ainda sem cura, e desta forma, os tratamentos existentes combatem apenas os seus sintomas e não a doença em si. A EA afecta indivíduos por todo o globo, afectando raças e etnias diferentes, em Portugal afecta entre 0,3 a 0,5% da população. A EA é uma doença que remonta aos primórdios da história da Humanidade. Os doentes com esta patologia queixam-se principalmente de dor lombar e rigidez na coluna. Tais sintomas tendem, maioritariamente, a aparecer na adolescência ou no início da idade adulta, apresentando maior prevalência no sexo masculino. Suspeita-se de EA quando se está perante um indivíduo com menos de 40 anos, com dores de costas de características inflamatórias, que persistem há mais de três meses, associadas a rigidez matinal, que, no entanto, melhoram com a prática de exercício físico. Com o avançar da doença, o movimento lombar vai sendo cada vez mais limitado, à medida que as vértebras se fundem entre si. A doença foi durante muito tempo considerada uma variação da artrite reumatóide. A EA é uma doença caracterizada por factores genéticos e de entre os mais importantes e conhecidos para esta patologia, está o gene Human Leucocyte Antigen-B27, também denominado HLA-B27, existindo diferentes teorias explicativas para a patogénese imunitária deste gene. O sistema imunitário é um sistema complexo com uma quantidade diversificada de células e proteínas com diferentes funções. Entre as proteínas do sistema imunitário existem as citoquinas (glicoproteínas envolvidas e reguladoras da resposta imunitária e resposta inflamatória), que vão desempenhar um papel importante na Espondilite Tem-se correlacionado diferentes citoquinas inflamatórias com mecanismos patogénicos da EA. O objectivo da presente dissertação é realizar uma revisão sobre a fisiopatologia e os mecanismos moleculares e genéticos da espondilite, demonstrando o que se sabe sobre a doença no presente e o que aguarda o futuro. São apresentados estudos que apontam para determinados SNP´s como os principais responsáveis na protecção, susceptibilidade ou severidade da EA, explicando o porquê de diferentes indivíduos com o mesmo gene poderem ter maior ou menor risco de vir a desenvolver a doença. Posteriormente, são descritos os genes mais relevantes implicados. na doença (HLA-B27, ERAP1, IL1A, IL23R, RUNX3, KIF21B, TBKBP1 e PPARGC1B), bem como os seus mecanismos. É dado enfoque às formas de tratamento da doença, onde são referenciados os novos avanços médicos, os tratamentos convencionais, como os AINES e os bloqueadores TNF, assim como as terapêuticas não convencionais. Por fim, são indicadas instituições nacionais e internacionais dedicadas ao suporte e melhoria da qualidade de vida dos pacientes com EA. Novas descobertas na área dos medicamentos biológicos como o ustekinumab e o secukinumab e o bloqueio de citoquinas inflamatórias chave no desenvolvimento da EA permitem antever novas e melhores formas para combater esta doença.