Resumo: | A primeira década do pós Segunda Guerra Mundial traz consigo um novo ambiente securitário pleno de desafios mas também de obstáculos a superar. Tendo em conta os compromissos assumidos em primeiro lugar com a Espanha de Franco e, mais tarde, com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e os Estados Unidos da América, as autoridades portuguesas veem-se por essa altura a braços com a difícil tarefa de levar a cabo o planeamento da defesa militar de Portugal envoltas num ambiente propício a tensões de caráter bilateral e multilateral que irá refletir-se na forma como vai ser efetuado esse mesmo planeamento. Esta é uma questão que apesar de merecer menção pontual em algumas obras, não tinha ainda sido analisada de forma mais sistemática e global. Centrando a nossa atenção num período que se considera de importância capital para o desenvolvimento da capacidade de defesa coletiva das Nações Ocidentais (1945-1959) e durante a qual, em Portugal, se opera uma das maiores e mais radicais transformações das políticas de defesa e militar da história nacional, procuramos com a investigação que levamos a cabo compreender o planeamento de defesa então elaborado em Portugal de modo a avaliar em que medida esse mesmo planeamento esteve sujeito a condicionalismos derivados das alianças estabelecidas pelo Estado português. O estudo que efetuamos permitiu-nos concluir que o planeamento de defesa efetuado em Portugal nos anos de 1945 a 1959 assumiu um grau de complexidade elevado, tendo sido significativamente condicionado pelos compromissos decorrentes das alianças políticas e militares assumidas pelas autoridades nacionais, antes e durante o período temporal objeto do nosso estudo.
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