Summary: | Sustentada num novo paradigma contraceptivo, a reprodução conjugal é hoje arena de livres escolhas: os casais podem decidir se querem ter filhos, quantos querem ter e quando os querem ter. Não obstante esta tendência, há ainda na sociedade portuguesa uma desigual distribuição de recursos e competências na população, nomeadamente a competência a nível da vigilância contraceptiva. Por conseguinte, os "filhos a mais" - que estão ancorados em contextos sociais mais desfavorecidos - consubstanciam situações em que o "acidente" na trajectória reprodutiva conduz à constituição de descendências numerosas, descendências essas que superam os próprios ideais de fecundidade orientados pela "norma dos 2 filhos".
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