O Lado B da Violência Doméstica

Esta investigação é, antes de mais, uma partilha de experiências e inquietações. É uma procura de ferramentas que possam contribuir para uma intervenção planeada e focalizada nas necessidades criminógenas de cada tipo de agressor, acredito que resida aqui a prevenção desta chaga social. Refiro-me à...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Ribeiro, Sandra Isabel da Costa (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2017
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.8/2493
País:Portugal
Oai:oai:iconline.ipleiria.pt:10400.8/2493
Descrição
Resumo:Esta investigação é, antes de mais, uma partilha de experiências e inquietações. É uma procura de ferramentas que possam contribuir para uma intervenção planeada e focalizada nas necessidades criminógenas de cada tipo de agressor, acredito que resida aqui a prevenção desta chaga social. Refiro-me à violência doméstica/conjugal enquanto problema de saúde publica que adoece milhares de núcleos familiares e, consequentemente, a sociedade. Falo da tipologia criminal mais participada às Forças de Segurança, entre todos os crimes contra as pessoas previstos no Código Penal Português. Disserto sobre a urgência em compreender, prevenir e combater este fenómeno, que para além do crime mais reportado é, também, um dos crimes com mais elevadas taxas de reincidência, sendo a probabilidade de um agressor repetir atos de violência, não só dentro da mesma relação, mas também em futuras relações íntimas, muito elevada. Mas, afinal, quem são estes agressores e como significam o seu comportamento violento? Por que mesmo após múltiplas intervenções continuam a reincidir? O que dizem estes agressores? Eu fui ouvi-los… Como é consabido, a violência doméstica/conjugal resulta de diversos fatores a par da complicada teia de relações interpessoais característica duma sociedade multicultural, pelo que a responsabilização penal, por si só, não produz transformações e não ressocializa, não combatendo este fenómeno. As relações são feitas de encontros e desencontros, e as tensões/conflitos são inevitáveis e podem, sim, progredir para a violência, fundada, muitas vezes, em conceções do que é ser homem ou ser mulher e de uma socialização rígida que reproduz uma sociedade desigual e patriarcal em que vivemos. Então, procuro planos e programas capazes de uma intervenção pedagógica e mediadora, intercultural e transformadora para agressores conjugais, numa tradução sistemática de diálogos e num espirito de criação de pontes entre extremos, capazes da gestão de relações e conceções para a diminuição e se possível a eliminação das reincidências deste fenómeno e, consequentemente, a reVítimação, na construção da paz da nossa sociedade.