Resumo: | Introdução: Tem como principais objetivos identificar os doentes adultos com necessidades paliativas internados nos hospitais de agudos da Ilha da Madeira e conhecer a utilização do Liverpool Care Pathway, como guia orientador dos cuidados prestados em final de vida. Metodologia: É um estudo descritivo, transversal e observacional. Foi efetuado com recurso ao preenchimento de um formulário, efetuado com base no instrumento Prognostic Indicator Guidance do Gold Standards Framework, apresentado aos médicos responsáveis dos doentes e ao enfermeiro-chefe do serviço. Resultados: Foram avaliados 385 doentes, tendo-se identificado 129 (33,5%) com necessidades paliativas. A média de idade foi 73 anos, 70% dos doentes apresentavam doença paliativa “não oncológica” e o tempo médio de internamento foi de 15 dias. Foi no serviço de Medicina Interna que se identificou um maior número de doentes (39%), seguindo-se os serviços de Cirurgia Geral (12%) e Ortopedia (11%). O serviço de Hemato-Oncologia foi o que apresentou uma maior taxa de ocupação (73%) por doentes paliativos. No grupo dos doentes “oncológicos”, as patologias digestivas e respiratórias foram as prevalentes, enquanto nos “não oncológicos” foram as doenças respiratórias e cardiovasculares. Não se encontram referenciados para o serviço de Cuidados Paliativos 94% dos doentes, sendo o principal motivo “ainda está a fazer tratamento ativo”. Responderam ao formulário 96 profissionais de saúde e destes, 94% não conheciam a Liverpool Care Pathway. Discussão: A prevalência dos doentes com necessidades paliativas identificados neste estudo parece ser semelhante ao encontrado na literatura científica. É necessário criar ou adaptar programas e políticas de saúde que visem responder às necessidades desta população. Quanto ao conhecimento da Liverpool Care Pathway, parece existir um grande desconhecimento deste instrumento. Seria importante criar um programa de divulgação e formação para os profissionais de saúde. Conclusão: Identificaram-se 129 (33,5%) doentes com necessidades paliativas nos hospitais de agudos da ilha da Madeira e, 94% dos profissionais de saúde responderam que não conheciam o Liverpool Care Pathway.
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