Summary: | A campanha realizada em 2009 confirmou integralmente a hipótese de se identificarem novos e extensos vestígios das antigas Ferrarias del Rey. Os dados recolhidos conduziram à possibilidade de existirem outras infra-estruturas atribuíveis ao período metalúrgico decorrido entre os séculos XV e XVII, com base na determinação da cota de fundação do piso da correspondente oficina, cerca de 2,80 m abaixo do piso actual, bem como a obtenção de materiais arqueológicos delas coevo. Neste particular, destaca-se a recolha, em 2009, de um gonzo de ferro forjado atribuível às portas das antigas Ferrarias, e de dois blocos de escórias ricas em ferro (“ferro em massuca”), directamente relacionados com a laboração metalúrgica. Muito importante foi, também, a identificação do local da antiga instalação do engenho de verrumar, através da localização da soleira da entrada naquele espaço oficinal dos séculos XVI/XVII, agora posta a descoberto. Outra importante conclusão dos trabalhos realizados foi a confirmação da notável obra de adaptação do antigo edifício das Ferrarias del Rey a fábrica da pólvora, realizada por António Cremer. Com efeito, até ao presente desconhecia-se a época em que tal adaptação se efectuou, devido ao facto de os antigos espaços fabris se encontrarem muito degradados, preenchidos de entulhos e desperdícios da mais variada natureza e, sobretudo, por terem sido muito desfigurados pelas últimas reutilizações, que só cessaram nos inícios do último quartel do século XX.
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