Summary: | O processo revolucionário que se seguiu ao 25 de Abril, trouxe-nos aquele que foi o maior e mais notável movimento social em Portugal: o Serviço de Apoio Ambulatório Local – SAAL. Um movimento inédito em Portugal que contou com a participação direta dos cidadãos e que nos trouxe algumas obras notáveis, quer no sentido arquitectónico, quer no aspecto social, de uma “arquitetura sem pedigree”, “vernacular, [...] indígena, rural [...]” (Rudofsky, 2010, p. 511), que nos proporcionou uma visão mais alargada da arquitetura. Com a chegada dos novos domínios da arquitetura, através do Modernismo, foram surgindo novas premissas para a promoção da construção pública, na tentativa de combater o problema da escassez e debilidade da habitação. Mas de que forma este novo modo de estar social realmente transformou as relações sociais e ajudou na melhoria das condições de vida dos milhares de cidadãos portugueses mal alojados? Como se desenvolveu esta transformação, ao longo de 40 anos, e de que forma se torna novamente tão atual, ao atravessarmos novamente uma época de instabilidade política económica e social? Para dar resposta a tais questões, é feita a análise do caso específico do Bairro do Apeadeiro da Meia-Praia, em Lagos, mais conhecido por “Bairro 25 de Abril” e celebrizado por ser o lar dos “Índios da Meia-Praia”.
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