Resumo: | A multiplicidade formal e a possível variação de escala, permitem ao pátio responder a diferentes necessidades programáticas, assim como criar espaços de transição entre diferentes realidades – interior/exterior. Este ensaio recai sobre a evolução e adaptação deste elemento ao longo da história, com o intuito de compreender a relação do mesmo com a cidade contemporânea, em particular com a cidade de Lisboa. O pátio é um elemento primordial na história da arquitetura, desde a antiguidade até à idade moderna. Segundo Antón Capitel, é também a base de um verdadeiro sistema de composição, o suporte de uma forma de projetar tão universal como variado. Tanto como modo de habitar, quanto como sistema, o pátio pode definir-se como um arquétipo sistemático e versátil, capaz de albergar uma grande quantidade de usos, formas, tamanhos, estilos e características diferentes. Para Werner Blaser, o pátio foi criado com o propósito de isolar o Homem do mundo exterior, hostil e desconhecido, porém, sem perder as características/factores naturais. Este ocupa o lugar central e aberto da casa em oposição aos outros espaços fechados que o cercam. A sua forma em planta não é fixa: pode ser quadrado, circular, retângular ou curvo; tão pouco as suas dimensões estão definidas. Todavia, a sua extensão está delimitada pela proporção que deve existir com os muros que o definem. Inúmeros arquitetos estudaram a morfologia e a evolução do pátio porém, este elemento não vive exclusivamente para si próprio, a sua relação com a cidade é constante. Como é o caso do do Pavilhão do Conhecimento dos Mares, projeto da autoria de João Carrilho da Graça, e do EDP Headquarters, da autoria do atelier Aires Mateus, edifícios que previligiam o vazio da cidade e que reinventam a configuração formal do pátio, um espaço público que se abre para o uso dos peões.
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