Resumo: | A paisagem e o cenário que sobrevive da historia de um lugar origem e transformação natureza e expressão física do espaço existencial do Homem. O seu sistema dinâmico confere-lhe uma atmosfera própria, expressa pelas formas, volumes, luz, movimentos, sons, etc. O cinema não se confunde com as outras artes visuais. É exímio na habilidade de criar uma ilusão realista do espaço. O que visualizamos é uma representação gerada pela manipulação do espaço e tempo, de modo a obter uma imagem em movimento que funcione como veículo perceptivo dos valores espaciais e cinemáticos das paisagens. Assim, esta dissertação procurará reflectir sobre a paisagem no cinema: uma representação visual da paisagem enquanto unidade, capaz de contribuir para a problematização da experiência corporal no espaço (natural e urbano) e a relação entre a arquitectura, paisagem e a imagem em movimento. Procura-se compreender de que modo a linguagem cinematográfica poderá contribuir para uma experiência sensível das atmosferas urbanas, e como é que esta pode encontrar o seu caminho no processo operativo e conceptual da prática arquitectónica. O objecto deste estudo incide na utilização do filme como um olhar mecânico, através do qual observamos os lugares e os espaços urbanos, revelando a passagem do tempo e a transformação da paisagem. Através deste estudo foi possível compreender os modos como a paisagem no cinema consegue desencadear novas formas de interpretação, compreensão e amplificação da espacialidade arquitectónica que envolve o Homem, sendo que o processo filmico pode ser analisado e reportado para o processo arquitectónico para uma melhor compreensão da prática projectual.
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