Análise comparativa da etiologia e mecanismo do AVC isquémico segundo a classificação da TOAST e a nova classificação da ASCO

Introdução: Em Portugal o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a primeira causa de morte e gerador de elevada incapacidade. É prioritário apostar na sua prevenção pelo conhecimento e intervenção a nível dos factores de risco. A optimização na assistência a estes doentes pode ser facilitada pelo seu en...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Serra, Paula Catarina Registo (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2014
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.6/2300
Country:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/2300
Description
Summary:Introdução: Em Portugal o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a primeira causa de morte e gerador de elevada incapacidade. É prioritário apostar na sua prevenção pelo conhecimento e intervenção a nível dos factores de risco. A optimização na assistência a estes doentes pode ser facilitada pelo seu enquadramento em subgrupos com características clínicas, terapêuticas e prognósticas semelhantes. Uma abordagem sistematizada, rápida e eficaz pode ser conseguida pela aplicação de classificações de AVCs simultaneamente completas e práticas. São importantes estudos que analisem as vantagens e limitações das várias classificações na tentativa de se conseguir o mais possível uma aproximação à classificação ideal. Objectivos: Primário - efectuar a comparação da etiologia e mecanismo de AVC isquémico pela aplicação da classificação ASCO a uma população de doentes previamente classificados pela TOAST e avaliar as suas vantagens e limitações. Secundários - analisar os principais factores de risco segundo subtipo de AVC isquémico. Métodos: Estudo retrospectivo em 80 doentes com diagnóstico de AVC isquémico dos subtipos aterotrombótico, cardioembólico, lacunar e de causa indeterminada segundo a classificação TOAST. Analisou-se a informação clínica e exames complementares de diagnóstico de 20 doentes de cada subtipo e reclassificaram-se quanto à sua etiologia pela aplicação da classificação ASCO.Estudou-se também a prevalência de vários factores de risco por subtipo de AVC. Resultados: Verificou-se concordância diagnóstica entre as 2 classificações em 85% dos AVCs cardioembólicos, 75% dos aterotrombóticos, 65% dos lacunares e 0% nos de outras causas. Em 19% dos doentes não foi possível efectuar a comparação. Na análise de factores de risco cardiovasculares destaca-se a elevada prevalência de hipertensão arterial nos doentes com AVC aterotrombótico (95%) e de fibrilhação auricular em doentes com AVC cardioembólico (75%). Os hábitos tabágicos e alcoólicos eram mais prevalentes em doentes com AVCs aterotrombóticos, estando presentes em 58% e 63% destes doentes, respectivamente. 50% dos doentes com AVC aterotrombótico apresentavam estenose significativa homolateral no triplex carotídeo . A presença de leucoaraiose na tomografia computorizada/ressonância magnética foi idêntica em todos os subtipos, com prevalência de cerca de 40%. Os valores de proteína C reactiva encontravam-se elevados nos subtipos lacunar e de causa indeterminada. Conclusão: A ASCO é uma classificação mais completa que a TOAST, mas com critérios mais rígidos e pouco prática para a aplicação rotineira na clínica.