Resumo: | Psicanalista e Formadora em Desenvolvimento e Educação, a autora reflete a respeito do processo de humanização como construção biopsicossocial assente numa interpenetração recíproca entre as estruturas iniciais e necessidades do recém‑nascido e as respostas socio-emocionais que os primeiros Outros lhe oferecem. Estas experiências, que têm lugar nos primeiros anos de vida, experiências humanas e humanizadoras, serão determinantes na construção do mundo psíquico e do seu devir. Apontam-se algumas das características dos primeiros Outros que têm vindo a ser identificadas pelos estudos de desenvolvimento precoce e também pela observação psicanalítica das díades mães-bebés e pais-bebés, em que surjem como particularmente importantes as dimensões da sensibilidade, ajustamento e ressonância afetiva, continuidade e reflexividade. Defende-se que cuidar da promoção de um envolvimento favorável, identificando as vulnerabilidades e as dificuldades dos acompanhamentos de que a criança dispõe, desenvolver a literacia emocional e a reflexividade nos adultos educadores e procurar respostas para o modificável em tempo útil, estão no coração da Intervenção Precoce.
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