Resumo: | A educação sexual nas escolas portuguesas tem sido motivo de controvérsia e de grande debate, atendendo aos obstáculos que se impõem à sua concretização na sala de aula. Com o objectivo de identificar as argumentações dos professores de 1ºCEB a favor e contra a sua abordagem, realizámos um debate onde as diferentes opiniões de quatro profissionais foram confrontadas perante um auditório de futuros professores. O debate foi gravado com o consentimento dos participantes e posteriormente transcrito. Para análise seguiu-se a técnica dos “termos pivot” com vista à categorização e representação gráfica dos argumentos. Seguindo a tipologia de Plantin (1996), as argumentações contra foram essencialmente sobre a pessoa e de autoridade (citada e para a família). As argumentações a favor assentaram no exemplo positivo de abordagens concretizadas, na autoridade (de direito para os professores concedido pela legislação), na causa e na natureza das coisas. Entre estas posições extremas encontrou-se a argumentação moral, pela analogia e pela causa justificativa da não abordagem, acompanhada pelo sentimento de insegurança, que caracterizou uma postura de evitação. O estudo das argumentações permitiu tipificar três tipos de atitudes dos professores face à educação sexual (contra, evitação e a favor) e revelou-se um contributo fundamental para ultrapassar obstáculos à sua implementação.
|