Summary: | A inteligência emocional tem sido apontada como uma característica promotora de bem-estar e ajustamento psicológico em contexto laboral. A presente dissertação tem como objetivos gerais: a identificação de perfis de funcionamento com base nas variáveis inteligência emocional, burnout, engagement e satisfação no trabalho numa amostra composta por diversos grupos profissionais e com indivíduos de várias idades; e a análise dos perfis anteriormente identificados em função de variáveis sociodemográficas, como a idade, o sexo e a escolaridade dos participantes, e variáveis ocupacionais, tais como o exercício de funções de chefia, os anos de trabalho no emprego atual e o grupo profissional. Participaram neste estudo 392 trabalhadores portugueses de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 63 anos de idade (M =39.43, DP =11.74). Os resultados indicaram a existência de quatro clusters: “Elevada inteligência emocional/Baixo Burnout”, “Elevada inteligência emocional/Baixo engagement”, “Baixa inteligência emocional/Elevado engagement”, e “Baixa inteligência emocional/Elevado burnout/Baixa satisfação no trabalho”. Os clusters diferenciam-se significativamente nas variáveis em estudo e apresentam também diferenças significativas no que é referente à prática de funções de chefia, grau de escolaridade e grupo profissional. Globalmente considerados, os resultados sugerem que existem diferentes perfis de trabalhadores no que respeita a combinação de competências pessoais, envolvimento e ajustamento psicológico no contexto laboral. Estes resultados traduzem-se em implicações práticas ao nível educacional e organizacional, que são discutidas.
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