Resumo: | O mercado de trabalho na era do fordismo era, essencialmente, caracterizado pela rigidez presente nos padrões de produção e nas práticas consecutivas de Henry Ford na tentativa de vinculação do capital ao trabalho. Com o advento da era da flexibilidade, no tempo da metáfora da modernidade líquida de Zygmunt Bauman, sob a preposição de que o espaço é um entrave para os avanços do tempo, viu-se emergir, em contraponto, a precariedade. As formas de trabalho precárias, consideradas como um tipo de emprego sem estatuto, não-standard ou atípico, contrariam a conceção de emprego para a vida e são adversárias aos termos de estabilidade e segurança, colocando em causa a previsibilidade do futuro. Tendo em conta que em Portugal o número de contratos de trabalho temporário celebrados tem vindo a aumentar, torna-se pertinente auscultar as experiências e vivências de jovens, entre os 20 e os 35 anos, com contratos de trabalho temporários, de forma a criar perfis sociais juvenis na precariedade. Lançado o desafio, assumindo como problemática o modo como a precariedade afeta a vida dos jovens, as suas representações e expetativas em relação ao futuro pessoal e profissional, o processo de investigação obedeceu a uma abordagem qualitativa, onde foram aplicadas entrevistas semi-diretivas a 15 jovens. Neste sentido, foi possível determinar 4 perfis: os precários passageiros, os precários desencorajados, os precários hesitantes e os precários despojados.
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