Arquitectura de terra : uma resposta viável para uma sociedade em risco

A utilização da terra na arquitectura é uma prática ancestral, desenvolvida em várias partes do mundo há milhares de anos. Desde o momento em que o homem começou a construir os seus abrigos e mais tarde as suas habitações e desta forma se sedentarizou, recorrendo e manipulando os materiais oferecido...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Pinto, Ângela Margarida Correia (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2017
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/11067/3220
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ulusiada.pt:11067/3220
Description
Summary:A utilização da terra na arquitectura é uma prática ancestral, desenvolvida em várias partes do mundo há milhares de anos. Desde o momento em que o homem começou a construir os seus abrigos e mais tarde as suas habitações e desta forma se sedentarizou, recorrendo e manipulando os materiais oferecidos generosamente pela natureza, entre eles a terra. Com uma enorme universalidade e diversidade, este material apresenta um espólio bastante elevado de técnicas possíveis, permitindo uma infinidade de soluções. Perceber de que forma a terra pode ser uma das respostas aos problemas da actualidade é um dos objectivos da presente investigação. Tanto em países desenvolvidos, motivados pela necessária resposta às questões ecológicas, como em países mais carenciados, apresentando-se como um motor de desenvolvimento, este material tem apresentado exemplos arquitectónicos vastíssimos, capazes de responder às demandas da sociedade cada vez mais exigente. Ecológico, natura), reutilizável, inesgotável, não poluente e acima de tudo disponível em quase toda a parte do planeta, de facto, a terra apresenta-se como uma das respostas possíveis e eficazes para muitas questões sociais, ambientais e arquitectónicas. Contudo, existem algumas patologias associadas às construções em terra, que têm vindo a ser investigadas e estudadas, como o fácil e rápido desgaste pela acção da água, a pouca resistência sísmica e a falta de regulamentação jurídica, capaz de validar e legitimar verdadeiramente este tipo de arquitectura. No contexto português a sua utilização tem uma forte presença, exibindo-se essencialmente em três técnicas distintas: o tabique, o adobe e a taipa. De todas estas, a taipa é a que tem maior visibilidade actual, nomeadamente no Alentejo e Algarve. Após um momento de declínio nos anos 60, volta hoje a ressurgir especialmente no sul do país, contudo com premissas bastante diferentes das que outrora foram razão para a sua utilização. De maneira a tornar mais credível estas construção e desta forma reconhecer-lhes o verdadeiro valor no nosso território, é vital que o ensino se prontifique a estudar e desenvolver investigações nesse sentido, aprofundando assim conhecimentos necessários à sua sobrevivência.