Resumo: | Quando se fala em situações de maus tratos infantis, a Lei portuguesa prevê, entre outras medidas de promoção e proteção, o acolhimento institucional, de forma a afastá-las das situações de perigo a que são sujeitas. Considerando que a autonomia é uma tarefa desenvolvimental que se fortalece durante o período da adolescência, no presente projeto procuramos analisar a influência que as instituições de acolhimento têm na promoção e desenvolvimento das competências de autonomia nos jovens que se encontram institucionalizados, no sentido de preparar a sua saída do sistema de acolhimento de forma segura e sustentada. Assim, este projeto surge com o objetivo de analisar e compreender a relação existente entre a institucionalização de crianças e jovens em Lares de Infância e Juventude e a promoção da sua autonomia. Para o efeito recorreu-se a uma amostra de 42 crianças e jovens institucionalizados em três Lares de Infância e Juventude, de idade igual ou superior a 12 anos, sendo que 23 são do sexo feminino e 19 do sexo masculino. Os resultados do estudo mostraram-se positivos no que diz respeito à promoção da autonomia das crianças/jovens que se encontram a frequentar um programa estruturado de promoção de autonomia na medida em que estas revelaram mais competências nas diferentes dimensões em estudo neste âmbito, tendo resultado em diferenças estatisticamente significativas para a autonomia emocional (p=.035). Todavia, estes resultados devem ser interpretados com moderação tendo em conta a pequena dimensão da amostra.
|