Summary: | O presente trabalho oferece uma reflexão sobre a intervenção no Património e a consequente adição de novas formas arquitectónicas, como forma de promover a sua sustentabilidade e ao mesmo tempo preservar uma memória colectiva que importa transpor para o Futuro. Dada a consciência da crescente urbanização e escassez de espaço livre, e a acumulação de edifícios históricos, cada vez mais são os arquitectos que enfrentam o desafio de conciliar o "antigo" ao "novo" que se faz necessário diante das inúmeras solicitações os novos tempos, programáticas, técnicas e funcionais. A sobrevivência de antigas estruturas (herdadas pelos nossos antepassados) à passagem do tempo conduz a uma produção arquitectónica que reflecte o diálogo necessário entre o que fica e o que nasce no mundo da arquitectura. Novos ícones surgem assim por meio de diversos edifícios culturais já historicamente consolidados ou do aproveitamento de antigos edifícios que são revalorizados através da sua Reutilização. Como uma obra dentro de uma obra, a nova arquitectura adicionada à pré-existente vai determinar que uma parte seja lida através da outra, tornando-as deste modo inseparáveis. Uma evidente ambiguidade resulta da fusão das duas linguagens arquitectónicas, não como consequência de uma imperfeição, mas como essência da definição da própria obra. Sendo o património objecto histórico sensível e frágil a qualquer tipo de alterações, pretende-se com este trabalho analisar de que modo estas intervenções circunscritas a um edifício e à sua envolvente, podem ser mais ou menos modificadoras da sua unidade estética, formal e histórica. Através do estudo de três casos práticos procura-se compreender a complexidade desta criação arquitectónica, fruto da sobreposição de diferentes arquitecturas, estéticas e significados, assim como o propósito e as orientações que convergem para uma intervenção no património verdadeira e adequada que não pretende substituir, mas sim acrescentar, património ao já existente.
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