Summary: | Este artigo apresenta os resultados de uma investigação sobre os contributos de atividades educativas não formais em espaço escolar, em específico, do uso de camas elásticas, popularmente denominadas “jump”, em atividades desportivas/artísticas por parte de estudantes de Ensino Médio (equivalente ao Ensino Secundário em Portugal) residentes na escola, enquadradas num projeto de intervenção socioeducativa promovido pela primeira autora chamado “Jump Interação”. O público a que se refere o estudo é o de jovens que se veem obrigados a residir na instituição de ensino, Campus Planaltina do Instituto Federal de Brasília (IFB), que oferece cursos que atribuem a certificação do Ensino Médio, em particular o curso técnico em agropecuária. Assim, pelo período mínimo de três anos a escola será seu quase exclusivo ambiente de socialização. O público atendido, em sua maioria, apresenta-se na adolescência, passando pelo desafio da transitoriedade identitária, ao mesmo tempo em que está distante dos seus familiares e quadros de referência afetiva. Acresce que muitos têm uma origem familiar desfavorecida, o que, somado aos restantes desafios, sugere ações interventivas específicas. Metodologicamente, utilizou-se uma abordagem qualitativa, com o recurso à entrevista semiestruturada aplicada a participantes do projeto Jump Interação. A análise permitiu perceber os desafios enfrentados pelos jovens residentes e a forma como a atividade proposta, mediada por um interventor social, trouxe contribuições para o bem estar individual e social. Notam-se ganhos no aprender a lidar com novas experimentações; maior motivação para a educação formal, decorrente do sentimento de pertença alcançado; desenvolvimento do processo criativo e consequente de valorização pessoal; além dos benefícios da saúde, autoestima, relaxamento e de atendimento de uma demanda almejada pelos próprios estudantes: atividades desportivas e de lazer que façam da estadia na escola uma experiência mais significativa e prazerosa.
|