Decisões de não iniciar, limitar ou suspender terapêutica nas unidades de cuidados intensivos pediátricos

As decisões de não iniciar, limitar ou suspender terapêutica são uma realidade crescente em pediatria. Esta revisão pretende abordar o seu enquadramento ético, definir tratamento fútil, as circunstâncias do processo de decisão, o papel e os fatores de influência nos principais intervenientes. Este t...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Santos,Susana (author)
Other Authors: Almeida,Filipe (author)
Format: article
Language:por
Published: 2015
Subjects:
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132015000300004
Country:Portugal
Oai:oai:scielo:S0871-34132015000300004
Description
Summary:As decisões de não iniciar, limitar ou suspender terapêutica são uma realidade crescente em pediatria. Esta revisão pretende abordar o seu enquadramento ético, definir tratamento fútil, as circunstâncias do processo de decisão, o papel e os fatores de influência nos principais intervenientes. Este tipo de decisão deve guiar-se pelos princípios da bioética, sempre direcionada para o melhor interesse da criança. É impossível uma definição exata de tratamento fútil, e a presença de divergências entre pais e médicos implica uma abordagem sequencial. A decisão tem que considerar a proporcionalidade do tratamento e as opiniões dos vários intervenientes. O grau de envolvimento dos pais é variável, na Europa os médicos são os decisores primários, enquanto na América do Norte são os pais. Entre os fatores com maior influência nos pais estão a qualidade de vida e o sofrimento da criança, características culturais e a informação médica. Para os médicos importa a qualidade de vida, a probabilidade de sobrevivência, a incapacidade neurológica crónica, o envolvimento familiar e o medo de processos litigiosos. Há repercussões em todos os envolvidos, sendo a qualidade da comunicação primordial. É necessária a adoção de políticas pelos estabelecimentos de saúde e uma maior educação ética.