Resumo: | Nos últimos anos, em diversos países desenvolvidos bem como em Portugal, tem havido esforços na implementação de políticas que substituam progressivamente os cuidados psiquiátricos hospitalares por cuidados mais abrangentes e integrados. Torna-se essencial uma filosofia de acompanhamento comunitário inerente ao sistema de saúde pressupondo a continuidade de cuidados. Atualmente, é amplamente aceite que as atuais políticas de saúde mental defendam a implementação de cuidados continuados e integrados, com equipas de apoio domiciliário. O recovery da pessoa com doença mental é um dos valores explanados no Plano Nacional da Saúde Mental português (Resolução do Conselho de Ministros n.º 49/2008). Trata-se de um processo profundamente subjetivo, pois além da recuperação clínica, assente em princípios clássicos de gestão de sintomas, de funcionamento social, de prevenção de recaídas e de gestão de riscos é, também, assumido como uma recuperação pessoal baseada na experiência do indivíduo, nos seus objetivos, expectativas e necessidades (Slade, 2010; Slade, 2011), sendo o foco do projeto que se apresenta.
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