Resumo: | A presente investigação visou o estudo exploratório de percepções de adolescentes e mães de etnia cigana acerca de factores de risco e protecção, e mais especificamente averiguar em que medida a identidade étnica e social se assume como um risco ou como protecção. Para tal, foi utilizada uma metodologia qualitativa, realizando três grupos focais, um com uma amostra de rapazes (N = 3), um com uma amostra de raparigas (N = 7) e um com mães (N = 6). A análise dos dados foi submetida a uma análise de conteúdo temática. Foram consideradas cinco grandes categorias ou dimensões à priori: contexto sócio-geográfico, bem-estar, resolução de problemas, suporte social e identidade social ou étnica. Foram depois construídas categorias à posteriori que variam em número consoante a amostra. Os principais resultados apontam para a percepção de factores de risco a nível ambiental/comunitário, como sejam: insegurança e conflitos intergrupais no contexto sócio-geográfico onde habitam, preconceito laboral e a violência enquanto estratégia de gestão de conflito endogrupal. Como factores de protecção, os resultados indicam relações sociais positivas (e.g., família e amigos), optimismo, competências pessoais e sociais (e.g., reflexão, comunicação, persistência). A identidade aparece como uma variável que é simultaneamente factor de risco e protecção, sobretudo para a amostra feminina (jovens e mães). Os resultados serão discutidos à luz das abordagens teóricas consideradas na revisão de literatura.
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