Summary: | A Inteligência Artificial está cada vez mais presente no nosso quotidiano: sendo considerada tecnologia emergente e com imensas potencialidades, as empresas recorrem cada vez mais ao seu uso com o propósito de serem mais competitivas. As organizações apresentam uma complexidade cada vez maior, sendo uma das razões pelas quais a tecnologia está no centro de algumas mudanças relevantes na auditoria, tornando-se necessário conhecer o impacto que a tecnologia poderá ter na profissão. O objetivo desta Dissertação é compreender quais os projetos de Inteligência Artificial que se encontram em curso nas empresas cotadas em bolsa em Portugal e reforçar o impacto que a Inteligência Artificial tem na Auditoria. Para tal, foi desenvolvido um estudo empírico nas empresas cotadas na bolsa portuguesa, PSI-20, o qual tem como objetivo perceber se estas empresas portuguesas utilizam Inteligência Artificial. A metodologia adotada foi a da análise de conteúdo dos relatórios das empresas cotadas no PSI-20, metodologia que foi já adotada por outros grupos de investigação para as empresas cotadas em bolsa em Espanha (IBEX 35) e na Finlândia (OMX Helsinki 25). Assim, este estudo pretende contribuir para o entendimento do uso de Inteligência Artificial em empresas cotadas e comparar a realidade das empresas cotadas portuguesas com as de Espanha e Finlândia. Foram estudados 39 documentos relativos a relatórios e informações das empresas portuguesas, nomeadamente, Relatórios e Contas, Relatórios de Sustentabilidade, Informações Financeiras e Relatórios Integrados. Considerando as categorias declarações gerais, projetos, produtos/aplicações, riscos/impactos, ética e unidades/laboratórios, verifica-se que a categoria onde existem mais referências é a de declarações gerais, e onde existem menos é em riscos/impactos (1) e ética (0). Quando comparados os resultados de Portugal com os de Espanha e Finlândia conclui-se que, no âmbito deste estudo, Portugal é o país que apresenta menor propagação de Inteligência Artificial em uso em projetos nas empresas cotadas, embora o número seja próximo do das empresas cotadas na Finlândia. Conhecendo os projetos em curso nas empresas do PSI-20, é possível considerar que estes permitem antever que os auditores terão de se adaptar às tecnologias emergentes para que possam exercer o seu trabalho com maior eficácia e eficiência.
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