Manuel Telles da Silva (1641-1709) e um gosto erudito pela arquitectura de setecentos: sociabilidades, vivências e espaços de habitar

Manuel Telles da Silva (1641-1709) conhecedor da cultura erudita e cosmopolita irá marcar significativamente a transição do século XVII para o século XVIII, assim se justificando nas marcas que deixou no seu património edificado: na escolha da construção do importante palácio na Mouraria em Lisboa,...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Câmara, Maria Alexandra Gago da (author)
Other Authors: Coelho, Teresa Campos (author)
Format: conferenceObject
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.2/10767
Country:Portugal
Oai:oai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/10767
Description
Summary:Manuel Telles da Silva (1641-1709) conhecedor da cultura erudita e cosmopolita irá marcar significativamente a transição do século XVII para o século XVIII, assim se justificando nas marcas que deixou no seu património edificado: na escolha da construção do importante palácio na Mouraria em Lisboa, espaço que centrava todas as atenções da família, na Quinta das Lapas, local de veraneio nos arredores de Lisboa e nas obras da casa da Quinta Alegre na Charneca do Lumiar. No contexto da investigação que temos vindo a realizar sobre o importante património edificado desta não menos importante família (Condes de Villar Mayor, Marqueses de Alegrete, Condes de Tarouca e Marqueses de Penalva), pretende-se apresentar nesta comunicação uma síntese da primeira parte deste trabalho, referente aos três espaços cuja construção se deve a Manuel Telles da Silva. Embora muito alterados ao longo da segunda metade do século XVIII, e do século XIX, adaptando-se às alterações que os rituais da vivência e sociabilidade exigiam, partilham alguns elementos em comum (sobretudo no que diz respeito às duas quintas de veraneio), o que resulta certamente do facto de terem sido construídos no mesmo período, e de seguirem um mesmo gosto, próprio da elite da época, e dos muitos contactos que esta família estabeleceu fora do Reino. E por que a história das grandes casas senhoriais está indissociavelmente ligada à daqueles que as habitaram, marcando-as no tempo e no espaço, referiremos ainda que sucintamente, as características destes espaços relacionando-os com o contexto artístico e social da época do seu encomendador (homem de confiança de D. Pedro II, seria uma figura proeminente da Corte de então, desempenhando os mais altos cargos no Reino), bem com o daqueles que os viriam a habitar posteriormente e que seriam responsáveis por significativas transformações deste património, memória de uma das mais importantes famílias do Portugal Restaurado.