Edifícios de habitação com necessidades quase-nulas de energia: implicações nas soluções construtivas e nos equipamentos

Com o aumento da preocupação relativamente à escassez de recursos, aquecimento global, sobrepopulação, entre outros, tem havido um aumento proporcional da necessidade de economizar e rentabilizar os nossos gastos, nomeadamente em termos energéticos. Isto tem vindo a acontecer nas mais diversas áreas...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Gordinho, João Pedro da Conceição (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.22/14037
País:Portugal
Oai:oai:recipp.ipp.pt:10400.22/14037
Descrição
Resumo:Com o aumento da preocupação relativamente à escassez de recursos, aquecimento global, sobrepopulação, entre outros, tem havido um aumento proporcional da necessidade de economizar e rentabilizar os nossos gastos, nomeadamente em termos energéticos. Isto tem vindo a acontecer nas mais diversas áreas, sendo que uma das áreas que mais se destaca pelo consequente desenvolvimento e evolução, é a área da construção, seja na edificação de novos edifícios, seja na reabilitação de edifícios já existentes. Como tal, tem sido possível garantir níveis de conforto térmico tão ou mais elevados que os já praticados, mas com um menor consumo energético. Esta diminuição de consumo energético, relativamente ao aumento do conforto térmico, é um resultado, não só do aparecimento de equipamentos com rendimentos mais elevados, mas também da melhoria das soluções construtivas presentes nos vários elementos da envolventes dos edifícios. Logicamente, quanto maior for a importância da definição de soluções construtivas na busca de níveis de conforto térmico mais elevados, menor poderá ser a influência que os equipamentos iriam deter e, consequentemente, menores seriam as necessidades energéticas para manter esses níveis de conforto. Idealmente, um edifício não teria quaisquer necessidades energéticas, no entanto, sendo que presentemente tal ainda não é tecnicamente possível, um edifício com necessidades energéticas quase nulas já se enquadraria na visão de uma construção sustentável. No ano 2010, surgiu, na Diretiva para Desempenho Energético dos Edifícios reformulada (EPBD Recast – Diretiva nº 2010/31/UE), este conceito novo. Os edifícios com necessidades quase nulas de energia, ou near zero energy building (nZEB), são já uma realidade em alguns países, como na Dinamarca. Em termos gerais, um edifício com necessidades quase nulas de energia é um edifício de soluções (construtivas e de equipamentos) com o mais elevado nível de rentabilidade (relação eficiência vs custo ótimo) que permitam necessidades energéticas mínimas, sendo que estas seriam colmatadas com a captação local de energias de fontes renováveis. No entanto, sendo relativamente recente, é um conceito que ainda não se encontra completamente clarificado e, como tal, está sujeito a diferentes interpretações consoante o local. Mais recentemente, em Portugal, foi lançado o Decreto-Lei nº 28/2016, que substitui o Decreto-Lei nº118/2013 e que, por sua vez, transpôs a Diretiva nº 2010/31/UE, que estabelece, de carácter obrigatório, que todos os edifícios públicos novos, a partir de 31 de dezembro de 2018, sejam edifícios nZEB, sendo que esta obrigatoriedade se estende para todos os edifícios novos privados, a partir de 31 de dezembro de 2020. Com a aproximação da meta estabelecida, cabe agora a cada país clarificar o conceito de edifícios nZEB, estabelecendo limites para as necessidades energéticas que estes edifícios devem apresentar, qual o contributo mínimo das energias renováveis e qual o papel que as soluções construtivas e equipamentos irão ocupar neste novo conceito. O objetivo desta dissertação é, portanto, averiguar o papel que as soluções construtivas e equipamentos deverão ocupar no futuro dos edifícios nZEB. Pretende-se calcular as necessidades energéticas de um edifício modelo, através da metodologia REH. Calculadas as necessidades energéticas do edifício num cenário de base, cumprindo os requisitos mínimos regulamentados, realizaram-se simulações de cenários com o aumento gradual da eficiência das soluções construtivas, dos sistemas de equipamentos e com a contribuição de energias renováveis. Foi possível aferir que para um edifício ser considerado um edifício com necessidades quase nulas de energia teria de possuir um elevado desempenho térmico, através da utilização de soluções construtivas com coeficientes de transmissão superficial térmica reduzidos, aliadas a sistemas de equipamentos de produção de águas quentes sanitárias e climatização eficientes, gerando necessidades energéticas que pudessem ser colmatadas com recurso a energias renováveis.