Summary: | Este artigo tem como objetivo estabelecer uma aproximação teórica entre a Museologia Social e os pressupostos da Sociologia das Ausências, a partir de uma análise preliminar dos conceitos de monocultura e ecologia veiculados pelo sociólogo português Boaventura de Souza Santos. As monoculturas são responsáveis pela proliferação das invisibilidades sociais e, a partir delas, as ecologias surgem como alternativas que possibilitam a visibilidade das práticas sociais silenciadas e, por conseguinte, em processo de esquecimento. A museologia social, por sua vez, tem se dedicado em transformar processos sociais marginalizados em narrativas e iniciativas museais que possibilitam a reflexão e a participação cidadã a partir de uma perspectiva que compreende o museu como espaço que pode atuar na desconstrução das formas sociais de produção de não existência. Assim, a museologia social encontra terreno fértil nas interpretações propostas pela Sociologia das Ausências ao lidar com a desconstrução das ideias hegemônicas pautadas em reforçar a não existência produzida pela imagem do ignorante; do residual; do inferior; do local e do improdutivo. Busca-se aqui evidenciar as possibilidades de construção de um diálogo aproximando este modelo de leitura sociológica do cenário da museologia social com destaque para algumas iniciativas da região Norte do Brasil.
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