Summary: | A prática turística é um direito universal e, como tal, deve-se encontrar acessível para todos (Eichhorn et al. 2008). Contudo, as pessoas com incapacidade ainda enfrentam obstáculos de todos os tipos que dificultam o acesso aos serviços turísticos (Organização Mundial do Turismo & Fundación ACS, 2014). O mesmo se sucede nas unidades hoteleiras, apesar deste ser o meio de alojamento preferencial pelos turistas com incapacidade (Figueiredo, Eusébio, & Kastenholz, 2012). Como tal, a presente investigação tem por objetivo determinar as necessidades e os constrangimentos percecionados pelos hóspedes com incapacidade motora e pelos hóspedes com incapacidade visual, durante as suas estadas em unidades hoteleiras. Deste modo, definiu-se como metodologia, a aplicação de entrevistas semiestruturadas a portugueses com incapacidade motora e com incapacidade visual que utilizassem os hotéis como meio de alojamento turístico. Analisou-se os resultados através da análise de conteúdo, de maneira a compreender as suas características sociodemográficas, os seus perfis de incapacidade, as suas práticas turísticas, as suas necessidades e as suas dificuldades durante a estada e, ainda, a satisfação perante as estadas e possíveis sugestões de melhoria do nível de acessibilidade hoteleira. Os resultados indicam que os hotéis ainda não se encontram 100% acessíveis, pois ainda são vários os constrangimentos enfrentados pelos hóspedes com incapacidade. No caso dos hóspedes com incapacidade motora, estes revelam precisar de adaptações a nível arquitetónico, não obstante, os hóspedes com incapacidade visual indicam necessitar de adaptações em braille, áudio ou formato digital das informações existentes no ambiente. Ambos os grupos referem a essencialidade do apoio e da formação dos colaboradores hoteleiros. Além disso, ambos enfrentam, maioritariamente, constrangimentos ambientais e interativos aquando a prática turística hoteleira.
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