Resumo: | Introdução: o aumento da esperança média de vida e consequentemente da prevalência de doenças osteoarticulares, tem permitido à cirurgia ortopédica adquirir protagonismo no tratamento da coxartrose, sendo a artroplastia total da anca o procedimento cirúrgico mais utilizado e efetivo no alívio da dor, aumento da capacidade funcional e diminuição das limitações. Para a enfermagem de reabilitação é imperativo o conhecimento dessas limitações e um diagnóstico funcional dos doentes com coxartrose. O objetivo foi identificar determinantes da capacidade funcional dos indivíduos submetidos a artroplastia total da anca. Métodos: realizámos estudo descritivo correlacional, transversal e quantitativo, tendo recorrido a uma amostra não probabilística de conveniência, composta por 66 indivíduos submetidos a artroplastia total da anca, com uma idade média de 70,6 anos, na sua maioria do género masculino (62%) e com baixo status socioeconómico (71,3%). O instrumento de colheita de dados incorporou: uma ficha sociodemográfica e clínica; o índice Lequesne (IL) para avaliar a gravidade da osteoartrose; a escala de Harris (HHS) para avaliar a capacidade funcional da anca comprometida; e o índice de Barthel (IB) para avaliar a independência dos inquiridos, todos eles com bons valores de consistência interna. Resultados: verificamos que existem variáveis que se assumem como determinantes da capacidade funcional do indivíduo com coxartrose e submetido a artroplastia total da anca, destacando-se no período pré-operatório (admissão): o grau de osteoartrose da anca (IL), o nível de independência funcional (IB) e a dor sentida pelos indivíduos; e no período pós-operatório (alta): o nível de independência funcional (IB), a dor sentida pelos indivíduos, o número de sessões de reabilitação, a amplitude de movimento articular e a força muscular. Os resultados revelam também que a capacidade funcional é pior nos indivíduos do género feminino entre os 70 - 79 anos ligados a serviços pessoais de proteção, segurança e vendedores e à agricultura, com osteoartrose extremamente grave, IMC acima do peso normal, dor moderada e com dependência funcional moderada. Conclusão: os resultados da nossa investigação demonstram claramente que existem défices funcionais significativos associados à coxartrose e ao pós-operatório de artroplastia total da anca, concluímos portanto que é importante implementar um programa de reabilitação personalizado e multidisciplinar que englobe todo o período perioperatório, assumindo um papel potenciador de ganhos funcionais e que consequentemente promova a independência funcional. Palavras-chave: Independência Funcional, Artroplastia Total da Anca, Reabilitação, Coxartrose.
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