A utilização de anestésico tópico na triagem da urgência pediátrica: estudo dos critérios preditivos da punção venosa

Anestésicos tópicos como o Eutectic Mixture Local Anesthetics (EMLA®) têm sido desenvolvidos para prevenir a dor causada pela inserção de agulhas. Contudo o tempo requerido na sua aplicação para uma eficaz prevenção da dor tem sido um obstáculo na sua aplicação nos serviços de urgência (SU). Vários...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Batalha, Luís Manuel da Cunha (author)
Outros Autores: Almeida, Dulce Maria Gomes de (author), Lourenço, Patrícia Adriana Almeida (author), Esteves, Regina Paula Moita (author)
Formato: other
Idioma:por
Publicado em: 2009
Assuntos:
Texto completo:http://repositorio.esenfc.pt/?url=GWtIib
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.esenfc.pt:1273
Descrição
Resumo:Anestésicos tópicos como o Eutectic Mixture Local Anesthetics (EMLA®) têm sido desenvolvidos para prevenir a dor causada pela inserção de agulhas. Contudo o tempo requerido na sua aplicação para uma eficaz prevenção da dor tem sido um obstáculo na sua aplicação nos serviços de urgência (SU). Vários autores sugeriram como forma de diminuir o tempo de espera da criança e seu acompanhante, a aplicação do anestésico tópico pelo enfermeiro na triagem. A decisão da aplicação do anestésico quando feita com base numa lista de situações em que se prevê a necessidade de punção parece ser mais precisa que o simples julgamento clínico do enfermeiro. O objectivo deste estudo foi conceber uma lista de situações em que se prevê a necessidade de punção venosa (LSPPV) em crianças num SU e avaliar a utilidade, validade (sensibilidade e especificidade) e capacidade preditiva (valor preditivo positivo e negativo) de dois métodos de decisão para identificar crianças com necessidade de punção venosa. Um dos métodos consiste em usar uma LSPPV e o outro em usar simplesmente a impressão clínica para a previsão da punção venosa (ICPPV). O estudo decorreu num SU do Departamento Pediátrico de um Hospital Central e envolveu duas fases. A primeira consistiu na concepção da LSPPV na qual foram usados três métodos: a entrevista a enfermeiros do SU, análise retrospectiva dos processos clínicos e a análise de duas listas de situações apresentadas por Fein et al. (Fein et al., 1999) e Carbajal et al. (Carbajal et al., 2000). Na segunda fase avaliamos e comparamos a validade, capacidade preditiva e utilidade dos dois métodos de identificação de crianças com necessidade de punção venosa. Após entrevista a dez dos enfermeiros mais experientes, a análise retrospectiva de 4158 processo clínicos e a análise das duas listas, concebeu-se uma lista com quinze situações. O critério usado para decidir quais as situações a incluir foi a sua citação em pelo menos dois dos métodos utilizados (entrevista, análise retrospectiva dos processo clínicos e análise das listas). Durante dois meses a tomada de decisão da aplicação do creme EMLA® com recurso à LSPPV e ICPPV, em 3768 crianças revelou uma maior sensibilidade quando o enfermeiro usa a LSPPV (88% versus 69%), valores semelhantes para a especificidade (94% versus 94%), valor preditivo positivo (47% versus 49%) e valor preditivo negativo (98% versus 99%). Concluímos que a tomada de decisão dos enfermeiros com base na LSPPV detecta mais crianças que necessitam de punção venosa embora com baixa capacidade preditiva positiva o que pode acarretar situações de utilização desnecessária do anestésico tópico. Todavia, a utilização da LSPPV parece ser um importante contributo para o controlo da dor no SU podendo ser potenciada a sua validade e capacidade preditiva com o incremento da formação no seu uso pelos profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros.