Summary: | Se por um lado a oferta de trabalho tem sido um tema amplamente estudado pela economia do trabalho, por outro também nas últimas décadas o trabalho a baixo custo tem sido objeto de atenção por parte dos decisores políticos europeus, pois tem sido reconhecido que muitos daqueles que são considerados pobres trabalham mas recebem baixos salários. Na presente investigação, partindo do Modelo Neoclássico da oferta de trabalho criticado por assumir uma oferta sempre crescente com o salário, o que não se aplica a todos os trabalhadores, pretendemos perceber como ocorre a oferta de trabalho dos trabalhadores de baixos salários em Portugal, bem como traçar o perfil dos mesmos dando especial atenção às mulheres, apontadas na literatura como maioritárias entre estes trabalhadores. Com base nos Quadros de Pessoal referentes a 2012, selecionámos de acordo com os critérios definidos na metodologia todos os trabalhadores de baixos salários que correspondem a todos aqueles que auferem um valor igual ou inferior a 3,18€/hora e que perfizeram uma amostra composta por 146.728 trabalhadores. Após o tratamento da informação empírica, apontamos como principais conclusões que estes trabalhadores se caracterizam por pertencerem desproporcionalmente ao género feminino, serem jovens e terem baixa escolarização. A principal diferença entre géneros encontra-se na idade, o que indica que ser um trabalhador de baixo salário caracteriza o início da vida profissional nos homens mas constitui uma condição que se estende ao longo de toda a vida ativa nas mulheres.
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