Humanitude na promoção do autocuidado na pessoa dependente: Revisão Sistemática da Literatura

Introdução: Com o desenvolvimento tecnológico foi evidente o desvio da atenção da pessoa doente para a eficiência técnica. Este caminho tem afastado os profissionais de saúde da ação centrada numa filosofia de Humanitude com prejuízo para a dignidade da pessoa que cuidam (SIMÕES, RODRIGUES e SALGUEI...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Melo, Rosa Cândida de Carvalho Pereira de (author)
Outros Autores: Albuquerque, Joana (author), Fernandes, Daniela (author), Duarte, Mariana (author)
Formato: other
Idioma:por
Publicado em: 2014
Assuntos:
Texto completo:http://repositorio.esenfc.pt/?url=5NHONXxl
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.esenfc.pt:4955
Descrição
Resumo:Introdução: Com o desenvolvimento tecnológico foi evidente o desvio da atenção da pessoa doente para a eficiência técnica. Este caminho tem afastado os profissionais de saúde da ação centrada numa filosofia de Humanitude com prejuízo para a dignidade da pessoa que cuidam (SIMÕES, RODRIGUES e SALGUEIRO, 2011). Assim, têm emergido novos paradigmas, que atribuem importância à compreensão da pessoa humana, levando à prestação de cuidados mais humanizados, como é o caso desta filosofia de cuidados (GINESTE e PELLISSIER, 2007). Objetivos: Pretendemos identificar as implicações da filosofia de cuidar em Humanitude na promoção do autocuidado na pessoa dependente, analisando a evidência científica atualmente existente. Metodologias: Realizada uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL), com busca de evidência científica nas bases de dados Medline, EBSCO e Google Académico no período compreendido entre o ano de 2007 e 2013. Usando como recurso a metodologia PI[C]OD e os critérios de inclusão e exclusão obtivemos uma amostra total de 53 artigos, tendo sido selecionados 6 artigos para análise. Resultados: Dos 6 artigos analisados verificámos que são vários os ganhos em saúde aplicando a filosofia de cuidar em humanitude essencialmente no que diz respeito à promoção da autonomia da pessoa dependente. Cuidar em humanitude permite a aproximação às boas memórias afetivas das pessoas e ao seu espaço de intimidade, onde se valorizam os mais subtis sinais de pedidos de ajuda e se convertem em ajuda terapêutica. Facilita a transição para o equilíbrio psicológico, para a conservação das suas capacidades humanas, para um maior bem-estar e mesmo, quando possível, para um retorno à saúde. Privar o ser humano dos pilares da Humanitude pode promover alterações de comportamento, nomeadamente agitação patológica ou imobilismo iatrogénico. Conclusões: O conceito de Humanitude orienta-nos para o sentido profundo de certas ações que praticamos, valorizando aspetos elementares na relação com a pessoa dependente, às quais não atribuímos grande importância. Os Enfermeiros valorizam e revêem-se na grande maioria nos procedimentos inerentes a esta filosofia, contudo observaram-se grandes desvios entre a prática percebida e efetiva, verificando-se falta de formação sobre esta temática. São escassos os estudos realizados sobre as implicações dos cuidados em Humanitude na promoção do autocuidado, de modo a difundir e implementar esta filosofia na prática.